Ex-chefe de gabinete critica postura de Rollemberg em relação ao reajuste do transporte público



O ‘ninho de mafagafo’ do reajuste das tarifas do transporte público por Rodrigo Rollemberg (PSB) deixa chefe do Executivo em isolamento político e críticas vêm de todos os lados, inclusive de ex-aliados

Por Kleber Karpov

A forte reação popular e do meio político, com o reajuste das tarifas de transporte público, o governador do DF, Rodrigo Rollemberg (PSB), aprofunda isolamento do chefe do Executivo. Além de ficar a mercê da reprovação popular, do racha político, incluindo com o vice-governador, Renato Santana (PSD), Rollemberg também recebe críticas de antigos e influentes aliados.

Esse é o caso do ex-chefe de gabinete, Rômulo Neves, que após deixar a gestão do GDF em 2015, e o partido do governador, se filiou no Rede de Marina Silva. Na rede social, Facebook, Neves foi implacável ao qualificar as ações do executivo de “pataquadas”ao afirmar que a gestão de Rollemberg “sangra” com tantos equívocos.

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Neves deixa observou ainda que Rollemberg jogou “nas costas do usuário o que era para ter sido revisto lá atrás”, ao se referir à omissão por parte do governo de rever o contrato com as operadoras de ônibus “porque o contrato tem várias armadilhas e oneram o orçamento.”.

Confira o desabafo de Neves  

Em relação ao aumento das passagens, quando eu ainda estava no Governo, defendi – e fui voto vencido – uma imediata revisão do contrato com as operadoras de ônibus, porque o contrato tem várias armadilhas, que oneram o orçamento. Depois, a indicação da Justiça para forçar a revisão provou que eu estava certo.

Aí, ao invés de aproveitar a decisão da Justiça, o Governo vai e defende judicialmente os contratos leoninos… Infelizmente, o que era para ser feito, não foi feito e, agora, o Governo sangra, com todos os agentes políticos fazendo a festa em cima das pataquadas do Executivo.

Na real, entretanto, é um caldo de desconhecimento e populismo (porque os próprios deputados que são contra o aumento, sobrecarregaram o sistema com leis que garantem gratuidades inaceitáveis, a exemplo da gratuidade para alunos de cursinho – hello!!!!!, como assim, a sociedade pagar ônibus para aluno de cursinho???? Sim, porque toda gratuidade é paga pela sociedade).

Tudo isso, combinado com uma gestão desastrosa e circo está armado. Foi pelos menos um ano e meio de desastre na Secretaria de Mobilidade. A atual equipe, séria, já pegou um abacaxi podre. O secretário anterior saiu, com um ano, sem nem entender o sistema. Imagina o atraso de vida que é passar todo esse tempo sem resolver um dos principais problemas do Governo…

Aí, o Governo joga nas costas do usuário um custo que era para ter sido revisto lá atrás. Sem controle do sistema, fica difícil atacar os problemas. Sem coragem para rever os contratos, a saída é meter ferro no lombo da população. Mas o tiro saiu pela culatra.

Sem transparência – cadê as contas da Tarifa Técnica? – Ninguém acredita nas justificativas do Governo, porque o Governo não investiu em sua credibilidade. Desde o início. Aí, agradar gregos e troianos dá nisso. Parece que o Governo não entendeu que o mais eficiente é ser claro e transparente, desde o início, sempre. Como acham que são mais espertos do que todos os outros agentes, os planos dão com os burros n´água.

Uma das tarefas que executei na transição foi a análise de vários contratos e serviços públicos. Claramente, o contrato fruto da licitação com as operadoras era ruim para o Governo. Havia – e ainda há – problemas graves com a falta de transparências das empresas nas informações sobre os fatores que compõem a tarifa técnica; havia, e acredito que ainda haja, muitos problemas com fraudes nas gratuidades; havia e ainda há – porque nada mudou – cláusulas muito ruins nos contratos, que acarretam danos ao erário, várias graves, mas a mais grave, a remuneração por usuário e não por quilômetro rodado, contrariando a tendência de vários outros lugares, que estão conseguindo vencer esse problema.

Ao invés de atacar o problema de frente, desde o início, a opção foi empurrar com a barriga, dar a Secretaria na mão de um amigo despreparado para o cargo, sem definição clara do que fazer ou coragem para fazer, ou achando que não fazer o que era preciso, iria garantir apoio para sua eleição….

Enquanto isso, os subsídios explodiam. Fazenda e Planejamento fazem a parte deles: fazem contas, para poder fechar as contas. Mas o leite já estava derramado. A falta de controle já está instalada. A falta de coragem já fincou raízes. INACREDITÁVEL, LAMENTÁVEL, TRISTE.

E o Executivo vai servindo de boi de piranha para o Legislativo, TCDF, MP, etc, etc. etc. Sem clareza, sem transparência, sem Norte, não há Governo que se segure. A articulação de bastidores já era, porque os tempos estão complexos E PORQUE NINGUÉM É CONFIÁVEL.

Exatamente por isso, o Governo teria de se apoiar na população, sendo absolutamente transparente desde o início, com os dados abertos, para que todo remédio amargo fosse precedido da compreensão por todos. Mas, para isso, não pode fazer joguinho. Pois o primeiro joguinho coloca toda a credibilidade abaixo. E já foram tantos. Não investiu em credibilidade, já era. Agora, não adianta apenas jogar a conta. Enquanto não entenderem isso, vai ser só ferro….

*Rômulo Neves- ex chefe de gabinete do RR”.

O outro lado

Política Distrital tenta contato com a assessoria de comunicação do governador, para obter parecer sobre o assunto, mas até o momento da publicação da matéria não obteve retorno.

 

 

 

 



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