Ex-Secretário e outros três gestores da Saúde respondem por improbidade em ação do Ministério Público do DF



Desde 2013, equipamento médico para detecção de câncer está encaixotado no Hospital de Base, causando prejuízos aos pacientes e aos cofres públicos

As Promotorias de Justiça de Defesa da Saúde (Prosus) e de Defesa do Patrimônio Público e Social (Prodep) ajuizaram, em fevereiro, ação de improbidade administrativa contra cinco ex-gestores da saúde no Distrito Federal pela compra irregular de equipamento para diagnóstico de câncer, o PET/CT (ou PET Scan). Desde 2013, o aparelho, que custou R$ 3 milhões, está ocioso, aguardando a infraestrutura necessária para instalação e funcionamento.

Na ação, o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) demonstra que a aquisição do equipamento foi feita sem o devido processo licitatório, sem planejamento técnico e sem estudos prévios. A Diretoria de Engenharia Clínica de Equipamentos Médicos da Secretaria de Saúde (SES), responsável por emitir os pareceres técnicos, também não foi consultada previamente.

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“Não se discute o acerto ou não da aquisição, mas a forma como foi feita, sem qualquer planejamento e com especificações técnicas que não foram justificadas pela necessidade da rede pública de saúde e dos pacientes. O propósito era direcionar a escolha para determinado fornecedor, em prejuízo do caráter competitivo do certame”, enfatiza a promotora de Justiça Marisa Isar.

No banco dos réus

Na ação ajuizada por parte do MPDFT são réus: o ex-secretário de Estado de Saúde (SES-DF), Rafael de Aguar Barbosa, o ex-gerente de apoio diagnóstico da SES-DF, Carlos Maurício Libânio Diniz, o ex-diretor da Diretora da Assistência Especializada (Diase) da SES-DF, Vicente de Paulo Silva de Assis, o ex-subsecretário de Atenção a Saúde (SAS) da SES-DF, Roberto José Bittencourt. Ainda consta na lista de réus a empresa E.E. Healthcare do Brasil Comércio e Serviços para Equipamentos Médico-Hospitalares Ltda.

Prejuízo aos pacientes

Auditoria do Tribunal de Contas do Distrito Federal (TC-DF), encaminhada à Prosus pelo Ministério Público de Contas (MPC-DF), demonstra as falhas no processo de compra. Segundo parecer da procuradora-geral do MPC-DF, Cláudia Fernanda Pereira, “a situação enseja severa crítica: é como se começasse a construir uma casa pelos móveis! Lamentavelmente, contudo, tal fato não representa uma novidade na gestão pública, que é justamente a área que mais sofre com a falta de equipamentos, insumos, profissionais”.

A rede pública de saúde gastou, entre 2014 e 2015, mais de R$ 132 mil com a contratação de exames na rede privada em razão da falta de instalação do PET/CT, segundo levantamento do MPC-DF. “Sem contar o prejuízo irreparável causado aos pacientes que não puderam ter diagnóstico precoce porque não ingressaram com demandas judiciais”, completa Marisa Isar.

Entenda o caso

O PET/CT foi adquirido pela SES em 2013 sem justificativas para a compra e sem o devido processo licitatório. O equipamento encontra-se encaixotado porque, até o momento, a SES não implantou estrutura necessária para colocá-lo em funcionamento. O processo para a reforma do local só foi iniciado cinco meses após a entrega do aparelho e ainda não foi concluído. Como o equipamento está parado, a SES tem contratado emergencialmente, na rede privada, os exames do PET/CT para pacientes que ingressam com ações judiciais, gastando cerca de R$ 3 mil por exame. Por isso, além de responsabilizar os envolvidos na compra, o MPDFT também cobra a implantação imediata do aparelho.

Clique aqui para ler a íntegra da ação.

Com informações de MPDFT



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