Exclusivo: Procurador é preso após discussão familiar que resultou em disparo “acidental” contra a própria mãe



Por Kleber Karpov

O Grupo Tático Operacional 25 (GTOP) da Polícia Militar do DF (PMDF), prendeu na noite de sábado (25/Jul), na QI 28, do Lago Sul, um homem durante discussão familiar, que acabou por atingir a própria mãe com disparo de arma de fogo. Sob sigilo de identidade, fonte de Política Distrital (PD), informou se tratar de um procurador da Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC).

Sem identificar o autor, o caso foi registrado no site da PMDF. Nele a Polícia Militar explica que se tratava de ocorrência de cárcere privado, com arma de fogo e desentendimento entre familiares, ocasião em que o filho da proprietária do imóvel que, “acidentalmente”, acabou por acertar o braço da própria mãe, ocasião em que “se trancou em um quarto, onde iniciou-se a negociação até ele se entregar”.

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De acordo com a PMDF, a mãe do preso foi socorrida pelo Corpo de Bombeiros do DF (CMBDF). Fonte de PD completou que a mesma está internada no Hospital de Base do DF (HBDF).

Procurador da ANAC

Segundo fonte de PD, o preso em questão é piloto, advogado, procurador da ANAC e filho de ex-ministro do Superior Tribunal Militar (STM). Porém, o autor dos disparos e os familiares não foram identificados.

“Uma pessoa foi presa aparentemente por uma briga familiar, foram apreendidas 10 armas na casa dele, ele é piloto de avião, advogado, procurador da ANAC, filho de ex-ministro do STM. Durante a briga ele disparou uma das armas mas acabou acertando a própria mãe que está internada no hospital de base.”, disse.

Arsenal

Ainda de acordo com a PMDF, na residência foi encontrado um arsenal de armas de fogo entre revolveres, pistolas e uma carabina, além de 1.223 munições. “Na residência encontraram 10 armas de fogo, das quais dois revólveres calibre 38, dois revólveres calibre 32, uma pistola calibre .45, uma pistola calibre .380, duas pistolas calibre .765 das marcas Manurhin e Walter, uma pistola calibre .22 e uma carabina calibre 5.5 e aproximadamente 1.223 munições.”.

Atualização

Após publicação da matéria, PD recebeu retorno da PMDF que confirmou a prisão, de uma pessoa em que ratificou se tratar do caso publicado no site da instituição. Também a Procuradoria-Geral Federal (PGF), órgão da Advocacia-Geral da União (AGU), contatou o site para informar que não existem Procuradores Federais em atuação junto à ANAC.

“A Procuradoria-Geral Federal, órgão da Advocacia-Geral da União, esclarece que não existem Procuradores Federais em atuação junto à Agência Nacional de Aviação Civil que não sejam integrantes dos quadros efetivos da Advocacia-Geral da União. O suspeito do caso mencionado na reportagem, portanto, não é procurador da ANAC uma vez que não integra os quadros da AGU.”.

A ANAC também contatou PD em que solicitou retificação da referida matéria. “O servidor em questão não faz parte do quadro de servidores e colaboradores da Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC). Portanto, solicitamos correção imediata das informações publicadas na notícia “Procurador da ANAC é preso após discussão familiar que resultou em disparo “acidental” contra a própria mãe”.

Confusão

Em contato com a assessoria de comunicação da PGF, PD explicou que solicitou informações à PMDF e a ANAC, em sites jurídicos e em veículos de imprensa, para constatar a existência de procuradores nos quadros da ANAC, que balizassem denúncia recebida por fonte deste veículo, em que foi constatado a existência de cargo de procurador, na referida instituição. Embora sem o nome do autor do disparo, PD também tentou fazer tal checagem no Portal da Transparência, porém sem sucesso.

A Ascom da PGF explicou que a confusão pode ter se dado em decorrência de a fonte de PD confundir a “ocupação exata” do autor do disparo. E, que existem procuradores na ANAC, mas que esses, por sua vez, sempre compõem os quadros da AGU.

Autor

Em matéria publicada pelo site G1 DF, na manhã desta segunda-feira (26/Jul), a reportagem da Globo conseguiu divulgar o nome do autor do disparo, que atingiu a mãe, “acidentalmente”, preso pela MPDF.

De acordo com a reportagem, se trata de Henrique Celso Gonçalves Marini e Souza que atua como procurador e também é piloto de avião comercial e trabalha na trabalha na Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero).

Ainda segundo reportagem, a defesa da família também afirmou que as armas apreendidas na casa eram do pai do servidor público, um militar, já falecido, mas que ninguém na casa tem porte de arma.

Atualizado em 12h30 para correção de informação de vínculo empregatício de autor de disparos

 



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