Família Rollemberg: do oportunismo à ostentação



Quando linha tênue do bom senso derrete asas de oportunistas, Mar do Egeu se reflete em votos perdidos nas urnas

Por Kleber Karpov

Na sexta-feira (25/Mai), a jornalista Millena Lopes, de Poder no Quadrado, deu o furo de reportagem mitológico. Sob o título ‘Enquanto o DF para por falta de combustível, filho do governador ostenta abastecimento em rede social’, o blog expôs o anjo Ícaro, filho de Dédalo, ou melhor do governador do DF, Rodrigo Rollemberg (PSB), por ‘cair de gaiato’ em um posto de combustível, e ostentar “em uma rede social um vídeo de galões cheios de combustível” o derretimento da asas da proibição da Agência Nacional de Petróleo (ANP).

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Hugo Barreto/Metrópoles

A ostentação de Ícaro Rollemberg foi um ‘tapa na cara’ da população do DF, que sobrevive em meio aos impactos diretos da falta de combustíveis e gás de cozinha, além dos indiretos com os esgotamentos de produtos nas prateleiras dos supermercados ou da ampliação do comprometimento nos atendimentos ao caótico sistema de saúde do DF seja decorrente do fechamento de unidades de saúde, falta de medicamentos ou por cancelamentos de agendamentos de consultas e procedimentos cirúrgicos.

O vídeo publicado por Ícaro caído no posto de combustíveis apenas revela tantas outras façanhas de uma família que apenas entristece àqueles que acreditaram, ao depositar nas urnas os votos que simbolizavam uma ‘gota de esperança’ à população do Distrito Federal. Algo que foi refletido na frase proferida pelo então vice-presidente do Tribunal Regional Eleitoral do Distrito Federal (TRE-DF), desembargador, Cruz Macedo ao pronunciar que “A geração Brasília chegou ao poder”, durante a posse dos eleitos, ao diplomar os eleitos em 1o de janeiro de 2015.

Uma família que, supostamente, se uniu para, desde manipular a gestão da máquina pública na Saúde e de outros segmentos, conforme demonstram os noticiários ou a sufocada Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Saúde do DF (2016), à perseguição de denunciantes desses descasos, patrocinadas pela filha advogada do governador. Casos esses que, somados à uma gestão voltada a interesses escusos, se reflete na impopularidade próxima aos 90% de Dédalo, quer dizer, Rollemberg.

Ostentação essa, apenas é superada pelo oportunismo do próprio Dédalo Rollemberg refletido em dezenas de queixas de motoristas,  obrigados a aguardar, por horas, em filas quilométricas, para tentar comprar as últimas gotas de combustível dos postos de combustíveis. Isso sobre o crivo das ‘canetas retumbantes’ de Rollemberg nas mãos de policiais militares. Ao cumprirem determinações superiores rechearam condutores de veículos, com tanques vazios, de multas por estacionamento em área proibida.

Inconsequentes

Tais episódios demonstram a, normal, incapacidade de o chefe do Executivo e seus súditos pensarem em causa e efeito, ação e reação, no que tange a gestão do DF, ou ainda em repercussões que apenas aumentam a impopularidade do governador. Sob essa ótica, Dédalo Rollemberg, após mais um desgaste de um oportunismo mal planejado anunciou o cancelamento das multas aos motoristas estacionados em local indevido, enquanto aguardavam para tentar abastecer os veículos. Ícaro por sua vez, em uma rede social, também se disse arrependido ao sugerir que apenas brincava com amigos.

Consolo

Mas, aos leitores de Política Distrital (PD), que acompanharam a histórica posse da geração Brasília e se depararam com a geração ‘Coca Cola’ e com os resultados da gestão, fica o consolo. Ao tentar escapar do labirinto que construira juntamente com o pai e voar muito próximo ao sol, as asas de Ícaro derreteram, o que culminou com a morte, ao cair nas águas do mar Egeu.



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