FBSP aponta recuo de 2% de policiais civis na ativa em todo o país; situação no DF é pior, diz Sinpol

Estudo baseado em dados de 2013 a 2023 revela tendência preocupante. Sindicato aponta falta de atratividade e desmotivação como principais razões para o abandono da carreira.



O número de policiais civis na ativa no Brasil caiu 2% nos últimos dez anos, período analisado entre 2013 e 2023, em um estudo divulgado nesta terça, 27, pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP). Para o Sindicato dos Policiais Civis do Distrito Federal (Sinpol-DF), na visão macro, a situação na capital federal é ainda mais alarmante.

Segundo a entidade, a Polícia Civil do DF (PCDF) passa por um momento de crise diante do déficit no efetivo de aproximadamente 50%, somando os cargos policiais civis, que são seis, e de delegado de polícia. Na corporação, os cargos com maior vacância são de agente de polícia e de escrivão de polícia.

O presidente do Sinpol-DF, Enoque Venancio de Freitas, afirma que as carreiras da PCDF, que eram uma das mais prestigiadas entre as polícias judiciárias do país, perderam atratividade diante da desvalorização e perdas salariais nos últimos anos, fatores que desmotivaram os servidores policiais civis.

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“Já fomos os policiais mais bem pagos do país. Hoje, há um grande esforço para manter a capital como uma das unidades federativas mais seguras, entregando os melhores resultados do país, como a maior solução de homicídios, por exemplo. No entanto, a carreira perdeu prestígio e muitos escolheram outros segmentos, inclusive na iniciativa privada ou em concursos de nível médio, onde a cobrança é menor e o salário compensa”, explica Enoque.

O sindicalista também destaca a sobrecarga de trabalho, diante do déficit no efetivo, que tem deixado muitos policiais civis desmotivados. “Somada à desvalorização salarial, o trabalho dobrado tem adoecido muitos servidores, que não se sentem recompensados pelos esforços dedicados. Com isso, o número de policiais civis na ativa no DF tende a diminuir mais nos próximos anos, caso não haja uma mudança efetiva no cenário”, afirma.

Em nota divulgada pelo Sinpol-DF na segunda, 26, a entidade alertou para os riscos dessa crise na investigação e solução de crimes. No texto, foi destaca as 50 mil denúncias de golpes virtuais registradas em 2023, quando muitos desses casos não foram elucidados. Dos registros, 582 inquéritos foram instaurados e apenas 171 suspeitos encaminhados à Justiça.

“A não solução de casos de golpe financeiro, por exemplo, pode gerar uma sensação de insegurança para os cidadãos e para os criminosos, impunidade. Uma verdadeira crise na segurança. É preciso investir na valorização dos investigadores e melhorar as condições de trabalho para que as demandas da população sejam atendidas conforme as expectativas”, frisa o presidente do Sinpol-DF.



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