Fim da linha: Não há conta que possibilite a reeleição de Rodrigo Rollemberg



Por Hélio Doyle

O governador Rodrigo Rollemberg (PSB) tem mesmo que questionar as pesquisas e garantir que será reeleito no domingo (28/10). Se admitir que os números mostrados pelos institutos sejam corretos, estará reconhecendo a derrota antes da apuração dos votos, o que não deve fazer. Mas, para quem está perdendo por 76% a 24% a quatro dias da eleição, como mostra a pesquisa Metrópoles/FSB – e outras que têm sido divulgadas –, é praticamente impossível reverter o resultado.

Todos os números mostram a elevadíssima improbabilidade de Rollemberg ser reeleito. Se ganhar essa eleição sem que ocorra algum fato gravíssimo que faça desabar subitamente a imagem de Ibaneis Rocha (MDB), os institutos de pesquisa serão fechados, os acadêmicos e analistas terão de rever todos os conceitos e estudos realizados sobre eleições e os incrédulos deverão passar a acreditar em milagres. Um fenômeno desse porte seria demais até em uma eleição atípica, diferente e estranha como esta de 2018.

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A diferença entre Ibaneis e Rollemberg é muito grande, e continuaria assim mesmo que a margem de erro de 3% fosse triplicada. Nesse caso, Ibaneis teria 67% dos votos válidos e Rollemberg passaria a 33%. Ou seja, dois terços dos votos ainda seriam para o candidato do MDB.

No cômputo dos votos totais, Ibaneis tem 63%, e Rollemberg, 21%. Já 16% dos entrevistados não citam nenhum dos dois – 4% votarão em branco ou anularão, 6% não votarão em nenhum deles e 6% estão indecisos. Na pesquisa espontânea, os “não votos” são 21%. Se todos esses 16% de não votos decidissem, à última hora, votar em Rollemberg, ele passaria a ter 37%, 26 pontos a menos que Ibaneis. Se considerar os 21% da espontânea, passará a ter 42% – e ainda perderá.

Mas todos os não votantes optarem por votar, e ainda por cima em um só candidato, nunca aconteceu nem acontecerá. E apenas 14% desses não votantes admitem, segundo a pesquisa, votar em Ibaneis ou Rollemberg para tentar evitar a vitória do outro. Dos 14%, porém, 68% dizem que poderão votar em Ibaneis, e 9%, em Rollemberg. A enorme diferença continua. E 63% dos não votantes garantem que não vão mesmo votar em algum dos dois.

Além disso, 87% dos 63% que manifestam intenção de votar em Ibaneis dizem que a decisão é definitiva. Mesmo que só esses venham a votar nele e os demais 13% mudem para Rollemberg, a expressiva maioria de Ibaneis continuará assegurada.

A inviabilidade da reeleição se completa quando 61% dos eleitores dizem que não votariam de jeito nenhum no governador e 33% dizem que poderiam votar nele – e esse parece ser o teto de votos de Rollemberg, o máximo a que pode chegar. Só 21% dos eleitores não votariam de jeito nenhum em Ibaneis.

A seu favor, mas não para possibilitar sua reeleição, Rollemberg pode dizer que a campanha eleitoral melhorou seu nível de aprovação, de setembro para outubro, de 11% para 15%. Os que consideram que seu governo é ótimo continuam sendo apenas 1% dos brasilienses, mas os que acham que é bom aumentaram de 10% para 14%, e os que o consideram regular passaram de 28% para 35%. O índice dos que acham o governo ruim aumentou de 24% para 26%, mas os que o acham péssimo caiu de 34% para 23%.

Diante de uma campanha ruim e ineficiente e de uma derrota praticamente assegurada, ter os índices de ruim e péssimo reduzidos de 58% para 49% e os de ótimo e bom passarem de 11% para 15% deveria ser motivo de comemoração para Rollemberg. O governador, porém, não acredita nas pesquisas.

Fonte: Metrópoles



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