Fisioterapia ajuda pacientes com sequelas pós-covid

Hospital Regional do Guará oferece serviço para moradores da região de saúde centro-sul



Fadiga crônica, falta de ar, tremor. Essas foram algumas das sequelas deixadas pela covid-19 na moradora do Guará II, Cláudia Ferreira, de 45 anos. Ao todo, foram 39 dias de internação, sendo 13 dias intubada em decorrência das complicações causadas pelo coronavírus, contraído em maio de 2021.

Cláudia deu entrada no dia 16 de maio no Hospital Regional da Asa Norte (Hran), onde foi intubada e transferida para um hospital privado. A recuperação do período hospitalar foi feita no Hospital Regional de Taguatinga (HRT), onde passou por atendimento com equipe multidisciplinar composta por médicos, fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais e psicólogos.

E o tratamento continua, agora no ambulatório de fisioterapia do Hospital Regional do Guará (HRGu). Desde o dia 6 de julho, a paciente passa por sessões semanais de reabilitação. “Quando saímos daquele processo de emergência que visa salvar nossa vida, também queremos ficar completamente bem de novo, queremos vencer todas as sequelas. E elas são variadas, para algumas pessoas é apenas uma falta de ar leve; para outras, a perda total dos movimentos”, aponta a fisioterapeuta Rosângela Porto dos Santos, que atua na reabilitação pós-covid do HRGu.

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A profissional explica que o trabalho com pacientes como Cláudia, que apresentam sequelas após a covid-19, envolve uma série de exercícios para ajudar nessa fase de recuperação. “Antes de chegar aqui, o paciente deve passar pela avaliação médica. Por exemplo, alguém com comprometimento cardíaco grave, eu não posso colocar na bicicleta, não posso usar determinadas cargas. É o médico que vai dizer se a pessoa está liberada ou não para atividade física. Nem todo mundo está liberado inicialmente para fazer fisioterapia”, esclarece.

Tratamento

Quando o paciente chega para a reabilitação pós-covid, após ter passado pela avaliação médica, a fisioterapeuta faz uma primeira consulta para entender o caso e a necessidade do tratamento. “Utilizamos um protocolo de avaliação, no qual levantamos quais foram as principais sequelas. Além disso, fazemos testes motores, verificamos se há paralisia, entre outros pontos. A partir disso, é elaborado um programa de tratamento. Nele, temos alguns exercícios básicos, mas podemos acrescentar outros individuais a depender da necessidade de cada paciente”, relata Rosângela.

No caso de Cláudia, são realizados exercícios respiratórios e exercícios para ajudar no fortalecimento da musculatura. Da alta hospitalar até hoje, ela já apresenta importantes avanços, tais como melhora na saturação, recuperação dos movimentos das pernas e diminuição dos tremores.

A duração do tratamento varia de seis semanas a três meses a depender da sequela. “Eu faço reavaliações periódicas. Em geral, com seis semanas a maioria dos pacientes já apresenta uma grande melhora”, conta a fisioterapeuta.

Regulação

Para ser atendido no ambulatório, primeiro o paciente deve procurar a unidade básica de saúde (UBS) mais próxima de sua casa. “Nós não regulamos, quem regula é a UBS. Temos tido muita procura no hospital para agendar consulta diretamente aqui. Mas o fluxo é sempre procurar a UBS, onde vai receber o encaminhamento médico e entrar na fila, caso tenha, que é a regulação”, frisa Rosângela.

No caso do HRGu, o paciente deve ser morador da região de saúde centro-sul, que engloba Núcleo Bandeirante, Riacho Fundo I e II, Park Way, Candangolândia, Guará, Setor de Indústria e Abastecimento (SIA), Setor Complementar de Indústria e Abastecimento (SCIA) e Estrutural.

Para fazer fisioterapia, no caso do HRGu, o paciente deve ser morador da região de saúde centro-sul, que engloba Núcleo Bandeirante, Riacho Fundo I e II, Park Way, Candangolândia, Guará, Setor de Indústria e Abastecimento (SIA), Setor Complementar de Indústria e Abastecimento (SCIA) e Estrutural

Agradecimento

Cláudia se emociona ao relembrar de tudo que vivenciou nessa fase. Do medo da doença à nova realidade que se deparou no dia a dia com a perda dos movimentos. “Passei a depender do meu marido, não conseguia levantar, fazer nada”, desabafa. Ela chegou ao HRGu de cadeira de rodas e fala feliz que agora consegue andar, precisando do marido – que sempre a acompanha – apenas para auxiliar no caminhar.

A paciente comemora ainda a retirada do cateter nasal de oxigênio e a melhora na saturação. Apesar de ainda sentir muito cansaço, falta de ar e tremor, já enxerga que aos poucos a vida volta ao normal. O sentimento agora é de gratidão por estar se recuperando e também aos profissionais que a acompanham.

“Só tenho a agradecer a Deus primeiramente e aos profissionais da saúde que me atenderam. Desde o Hran até chegar aqui no HRGu, eles fizeram e fazem a diferença. Só tive profissionais prestativos, ótimos. Deixo aqui meus parabéns a eles”, exalta.

Ela e o marido, José Wanderley, de 62 anos, que também contraiu o vírus na mesma época que a esposa, são pais de três filhos, de 17, 16 e 10 anos. Do trio, apenas o mais velho também teve covid-19, mas manifestou sintomas leves. José e Cláudia chegaram a ter 75% do pulmão comprometido. Ele foi internado uma semana depois da esposa, mas não precisou ser intubado.

Ele diz que a situação foi complicada e também registra seu agradecimento à equipe que cuidou tanto dele quanto de Cláudia. “O apoio dos profissionais da saúde nessa trajetória foi fundamental. Vimos uma dedicação, um empenho, um profissionalismo de alto nível. Isso faz a diferença”, destaca.



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FONTEAgência Brasília
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