Força-tarefa de reconstrução mamária resgata autoestima de pacientes no hospital de Taguatinga



Ao todo, 70 mulheres serão beneficiadas com a ação

Por Nivania Ramos

Rosana Godoy é uma gaúcha de 53 anos, comunicativa e vaidosa. Há 18 anos mora em Brasília, é casada e mãe. Em 2017, Rosana foi diagnosticada com câncer de mama. A cabeleireira é uma das pacientes que está participando da quinta força tarefa de reconstruções mamárias do Hospital Regional de Taguatinga (HRT), que começou hoje (21) e vai até sexta-feira (25).

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A abertura solene da 5ª Semana de Reconstrução Mamária do HRT foi um momento de muita emoção, com depoimentos, homenagens e uma vibração do bem que emocionou a todos. A alegria das mulheres e a torcida dos presentes, funcionários, voluntários e as pacientes contagiou cuidadores e pacientes.

“O Outubro Rosa no HRT é especial para o Distrito Federal e para a Região de Saúde do Sudoeste. É uma semana de pleno amor, onde temos os voluntários fazendo acontecer, mudando essa cicatriz que as mulheres carregam”, ressalta a secretária-adjunta de Assistência à Saúde, Lucilene Florêncio.

Ao lado da família, enquanto aguardava a hora da cirurgia reparadora, Rosane conta que só foi possível passar por esse tratamento com o apoio dos parentes e dos amigos. O apoio também veio da rede pública de saúde do Distrito Federal. Para ela, esse atendimento foi um diferencial no tratamento e na superação da doença: “A gente se sente querida, acolhida. Sentimos todo o atendimento bem próximo da gente”, revela.

Na solenidade, a mastologista Josiane Fernandes, uma das idealizadoras do Projeto da Semana da Reconstrução Mamária no HRT, foi homenageada por seus serviços prestados, pioneirismo e cuidados com os pacientes e colegas de trabalho.

Fizeram parte da mesa de abertura gestores da Secretaria de Saúde, de outros órgãos do Governo do Distrito Federal, além do deputado distrital Jorge Vianna.

Alcance

A semana de reconstrução mamária, neste Outubro Rosa da Secretaria de Saúde, é um esforço concentrado de profissionais e voluntários que dedicam suas habilidades, tempo e um atendimento humanizado para acolher as mulheres que já sofreram com um diagnóstico difícil, com dores e incertezas. A expectativa é receber, para a reconstrução, 70 pacientes já mastectomizadas e acompanhadas pela Mastologia do hospital.

“Depois do diagnóstico, vem a quimioterapia, a perda do cabelo, a perda da mama, vários sentimentos, deixando a nossa autoestima muito abalada. Não nos sentimos mais como uma mulher. Essa reconstrução representa tudo. A doença já nos transforma em outra pessoa. Agora, com a mama, vou me sentir outra mulher”, explica a paciente Rosana.

Recuperar a autoestima dessas mulheres, marcadas por tristezas e cicatrizes, é o objetivo da ação e de todos os voluntários envolvidos. A equipe é composta por 38 cirurgiões plásticos, 24 anestesistas, dez enfermeiros, 30 técnicos em enfermagem e muitos outros voluntários, funcionários do hospital e da comunidade em geral, como cabeleireiros, maquiadores, músicos e tatuadores.

Apoio

“Agradeço muito aos familiares, voluntários, aos médicos e à rede pública de saúde do Distrito Federal, pois tivemos muito apoio. Antes, eu tinha aversão à rede pública e hoje eu sei que a gente tem um atendimento bem próximo e humano”, enfatiza a cabeleireira Rosana.

“Mulheres felizes e com a autoestima renovada é algo visível após o atendimento e a reconstrução da mama”, relata a responsável técnica administrativa da Cirurgia Plástica, Isabelle Montanha. “A principal mudança é de postura. A mulher chega triste e desacreditada, sem forças para se olhar no espelho. Com a reconstrução, elas voltam a se olhar e a recuperar a vaidade e a autoestima”.

A entusiasmada Rosana confirma que a reconstrução da mama fará muito bem para ela e outras mulheres na mesma situação. “A primeira coisa é tirar o curativo e me olhar no espelho. É tudo o que eu quero fazer quando chegar em casa. Vou ter meu seio e a minha autoestima de volta, depois de tudo o que passamos e perdemos”, reage.

Portas Abertas

As ações do Outubro Rosa vão continuar durante todo este mês. As unidades básicas de saúde (UBS) e Policlínicas estão de portas abertas acolhendo as mulheres e realizando exames preventivos e mamografia.

A paciente é acolhida em qualquer UBS ou policlínica, independentemente do local onde resida. Cada mulher que passar por consulta terá o retorno agendado e os encaminhamentos garantidos. A expectativa é de realizar 100 mil atendimentos.

Fonte: Agência Saúde DF



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