A equipe da Unidade Básica de Saúde (UBS) 12 de Ceilândia, junto com a Coordenação de Atenção Primária (Coaps) da Secretaria de Saúde (SES-DF), realizou uma força-tarefa em prol da saúde da mulher nesta quinta-feira (14). Na parte da manhã, mais de 80 mulheres receberam assistência. Dois médicos ficaram a postos para atendimento clínico, enquanto profissionais de enfermagem fizeram a coleta de exames de citopatologia – conhecido como Papanicolau.
Em mulheres de 25 a 64 anos, o procedimento é o principal meio de detecção de lesões e de diagnóstico precoce do câncer de colo de útero. Por ele também é possível identificar qualquer infecção no local que necessite de tratamento. Entre o público jovem, a vacina contra o HPV, disponibilizada gratuitamente pela SES-DF, é destinada a meninas e meninos de 9 a 14 anos. Espera-se que os efeitos dessa imunização tenham um impacto populacional nos próximos 20 anos.
“Vamos realizar essa força-tarefa em várias unidades, pois tivemos uma boa adesão. Só na terça-feira (12), foram inseridos 22 DIUs. Como é uma área de grande vulnerabilidade, atuamos para aproximar nossos serviços da comunidade e sensibilizar a população sobre a importância do exame”, comemora a coordenadora da Coaps, Fabiana Fonseca.
Proteção
Além do Papanicolau, as usuárias da UBS 12 de Ceilândia podem optar por colocar o dispositivo intrauterino (DIU) ou utilizar outros métodos contraceptivos, saindo da unidade com um planejamento familiar. A representante comercial Antônia Patrícia, 32 anos, foi uma das pacientes a participar da ação pela manhã. “Tenho dois filhos e, após o nascimento do meu bebê de 1 ano, escolhi usar o DIU. Sempre tomei anticoncepcionais, mas acredito que esse método será melhor para mim. O processo foi rápido, logo após o exame de prevenção, e a enfermeira foi muito atenciosa”, relatou.
O DIU é uma opção segura e eficaz de contracepção, com uma duração de até 12 anos, oferecido de graça na atenção primária do Sistema Único de Saúde (SUS). As mudanças na oferta do contraceptivo têm como objetivo adequar o planejamento reprodutivo às necessidades das pessoas em diferentes estágios de vida, reduzindo gestações indesejadas, abortos inseguros e morbimortalidade materna e infantil.
Com 15 anos de experiência em saúde da família e especialização em saúde da mulher, a enfermeira Sheylla Ferreira destaca a melhoria no acesso ao DIU. “Isso tem ajudado as mulheres a se proteger contra uma gravidez indesejada. Realizo treinamentos nas unidades para ensinar as enfermeiras a fazer o procedimento. Muitas mulheres aproveitam a consulta de prevenção para colocar o contraceptivo”, comenta Sheylla.
Direito à saúde
Para o médico da família José Jackson Silva, esse tipo de ação faz a diferença dentro da comunidade. “Essa é uma região mais vulnerável, que depende inteiramente do SUS para todos os serviços, incluindo farmácia, vacinas, profissionais de saúde”, argumenta.
A atenção primária tem o papel de oferecer acesso a diversos métodos de contracepção, bem como informações e orientações, respeitando a autonomia e individualidade das pessoas. Da mesma forma, a atenção especializada da rede deve promover o acesso, especialmente no que diz respeito à contracepção secundária após eventos obstétricos (pós-parto e pós-aborto).
Lavradora da área rural de Ceilândia, Inez Barbosa de Lima, 56 anos, enfatiza a importância de cuidar da saúde, especialmente após a menopausa. “Sempre venho à UBS. Pego meus remédios aqui e hoje me informaram sobre a força-tarefa. Então, decidi ficar para a consulta. Acho importante cuidar de mim mesma, pois, após a menopausa, tendemos a nos descuidar. É bom continuar vindo.”