Por Victor Fuzeira
O Governo do Distrito Federal (GDF) inaugurou, nesta quarta-feira (10), a primeira residência terapêutica destinada ao acolhimento de adultos com transtornos mentais graves e persistentes. O imóvel irá abrigar 10 mulheres pacientes egressas de internação de longa permanência em hospitais psiquiátricos sem moradia, suporte financeiro, social ou laços familiares que permitam outra forma de reinserção social.
Segundo a gestora, a implementação da residência terapêutica é mais um braço de atuação da saúde pública na área psicossocial. “O governador Ibaneis Rocha determinou um planejamento estratégico de todas as áreas da saúde e essa questão da saúde mental, especialmente, nos preocupa muito. Há um crescimento nos casos pós-pandemia muito agravante nessa área”, explicou.
“O governo desenvolve uma política pública robusta, seja através da construção de novos Centros de Atenção Psicossociais (Caps), na contratação de novos profissionais para reforço do atendimento ou em entregas como essa residência terapêutica”, acrescentou a governadora em exercício.
Novos espaços
A secretária de Saúde, Lucilene Florêncio, afirma que a expectativa é introduzir as pacientes já na próxima semana. A previsão é entregar também, nos próximos dias, uma segunda unidade de mesma capacidade dedicada ao acolhimento de pacientes do sexo masculino. A meta da pasta é chegar a 100 pessoas acolhidas em diferentes espaços e localidades.
“A partir do momento em que acolhemos e damos dignidade a esses pacientes, nós vamos permitir a quem procura nossos hospitais encontrar mais leitos disponíveis”, ressaltou. “É o fortalecimento da rede de assistência e atenção psicossocial, acompanhado pela construção e fortalecimento de novos Caps”, defendeu a titular da pasta.
Reinserção e dignidade
Até sexta-feira (12), todos os profissionais contratados para a gestão da residência terapêutica serão capacitados. No local, os pacientes contarão com o apoio diário de cuidadores 24 horas, além de enfermeiro, auxiliar de enfermagem, cozinheiro e profissional de serviços gerais.
A oferta do serviço segue o previsto na Lei 10.216/2001, sobre a proteção e os direitos das pessoas com transtornos mentais. “Aqui, essas pessoas irão conviver de forma doméstica em uma casa, seguindo uma rotina: vão dormir, acordar, tomar café da manhã, cozinhar, conversar, sair para o tratamento. É uma convivência comunitária supervisionada por cuidadores, técnicos de enfermagem e enfermeiros”, detalha a diretora de Serviços de Saúde Mental, Fernanda Falcomer.