Geração Conectada: uso excessivo da tecnologia pode causar miopia em crianças e adolescentes



Relatório Unicef aponta que um terço dos internautas no mundo tem menos de 18 anos. No Brasil, de acordo com estudo do Cetic.br, 69% das crianças acessam internet mais de uma vez ao dia. Centro-Oeste é a região mais conectada.

A miopia foi considerada pela Organização Mundial de Saúde como a epidemia do século. De acordo com a OMS, metade da população mundial será míope até 2020. O crescente uso das novas tecnologias tem um impacto real nesses números, que podem aumentar com o envelhecimento das novas gerações.

O relatório “Situação Mundial da Infância 2017” do Fundo das Nações Unidas para a Infância ( Unicef) divulgado neste domingo (10), aponta que os jovens com menos de 18 anos representam um terço do número de internautas no mundo. Apesar do relatório concentrar o seu  alerta em questões como a privacidade, qualidade de acesso e cyberbullying, é preciso que os pais e responsáveis fiquem atentos à saúde ocular de crianças e adolescentes que fazem uso prolongado dessas tecnologias.

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Usar smartphones, tablets e computadores por mais de seis horas diárias pode levar ao desenvolvimento de miopia acomodativa em crianças e adolescentes. E essa realidade não está longe.

De acordo com o estudo TIC Kids Online, realizado pelo Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (Cetic.br), cerca de 69% das crianças brasileiras entre 9 e 17 anos utilizam internet mais de uma vez ao dia. No Centro-Oeste, o número ultrapassa a média brasileira e chega a 74% – é a região em que as crianças são mais conectadas, ao lado do sudeste.

Um estudo realizado pelo Instituto Penido Burnier, em Campinas (SP), com 360 crianças de 9 a 12 anos demonstrou uma prevalência de 21% de miopia em crianças expostas a monitores por até seis horas por dia. Nessa faixa etária, a prevalência média apontada pelo Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO) é bem menor e chega a 12%. No paciente míope, a imagem é focalizada antes de chegar à retina, o que faz com que a pessoa enxergue objetos próximos com nitidez, mas visualize os distantes como se estivessem embaçados.

Segundo a oftalmologista da Clínica Oftalmed, Patrícia Rocha, especialista em pálpebra e vias lacrimais, o olho humano possui um músculo chamado ciliar, que contrai para focar imagens próximas e relaxa para focar imagens a longas distâncias.

“Com o excesso de exposição aos monitores, o foco se concentra em distâncias curtas. Assim, ao focalizar objetos que estejam mais longe, o olho entra em fadiga porque o músculo ciliar fica submetido a um esforço acomodativo constante; e ele demora a se acomodar na posição correta”, explica Patrícia Rocha.

De acordo com a especialista, essa situação causa um cansaço visual bastante incômodo chamado de ‘falsa miopia’. No caso de crianças e adolescentes, cuja visão ainda está em desenvolvimento, o uso prolongado de monitores pode levar ao desenvolvimento da miopia verdadeira e à necessidade de lentes corretivas.

Outras consequências

Um estudo realizado na Universidade Keio, no Japão, revelou que passar mais de sete horas diárias encarando uma tela causa danos ao ‘filme lacrimal’, conjunto de três camadas mucosas na superfície dos olhos que são necessárias para sua proteção. A consequência é a diminuição da produção de lágrimas, essenciais para manter essa parte do corpo lubrificada e limpa.

“Passar muitas horas por dia na frente de um monitor faz com que os níveis da proteína MUC5AC, presente nessa região dos globos oculares, fiquem bastante reduzidas, em níveis similares ao de pessoas com a chamada Síndrome do Olho Seco (SOS), que provoca o ressecamento da superfície do olho, da córnea e da conjuntiva”, detalha a oftalmologista Patrícia Rocha.

A especialista ressalta ainda esquecer de piscar durante o uso dos aparelhos também é muito comum e prejudicial. “Há estudos que demonstram que piscamos cerca de cinco vezes menos na frente de monitores, em comparação a quando estamos longe deles”, afirma.

A exposição excessiva às telas desses aparelhos eletrônicos também costuma causar dores de cabeça, sensibilidade à luz, irritação ocular, coceira, lacrimejamento e vermelhidão ocular.

Cuidados

Para evitar prejuízos à visão, a recomendação é fazer intervalos de aproximadamente cinco minutos a cada hora na frente das telas, lembrar de piscar sempre e usar lubrificantes, desde que prescritos por um oftalmologista.

Outra dica importante é reduzir o brilho dos monitores. “Faça os ajustes procurando deixar a visibilidade agradável para sua vista. Não deixe o fundo tão claro e nem tão escuro. Além disso, monitores de cristal líquido cansam menos a vista do que os antigos, de tubo, pois já vêm com superfície antirreflexo e melhor definição de imagens”, ressalta a médica.

Oftalmed

Com 24 anos de tradição no Distrito Federal, a Clínica Oftalmed possui unidades na Asa Sul, Taguatinga e Águas Claras e realiza mais de 14 mil atendimentos mensais, entre consultas e exames clínicos. Além do atendimento clínico geral, a Oftalmed oferece atendimento especializado em catarata, refrativa, retina, glaucoma e cirurgia plástica.

Fonte: Ascom Oftalmed



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