Profissionais de Saúde reclama falta de Tamiflu, medicamento para tratar doença e máscaras de proteção para servidores e pacientes têm distribuição limitada
Por Kleber Karpov
Na madrugada desta segunda-feira (11/Abr), uma paciente, Ivani da Silva Moreira Gonçalves, de 41 anos, gestante morreu no Hospital Regional de Brazlândia (HRBz) com suspeita de infecção com o vírus H1N1. O caso revela a fragilidade da Secretaria de Estado de Saúde do DF (SES-DF). Um servidor que não quis se identificar informou ao Política Distrital que falta medicamento e equipamento de proteção aos profissionais do HRBZ.
“Hoje de madrugada morreu uma paciente com suspeita de H1N1, gestante, o bebê dela continua aguardando vaga para UTI [Unidade de Tratamento Intensivo]. Não tinha a máscara N95 para os servidores. A equipe foi buscar a máscara na Farmácia e o servidor se recusou a entregar. Só entregou quatro porque disse que as máscaras eram cedidas, eram para os pacientes.”
Sem medicamento
O servidor observou ainda a falta de tamiflu, medicamento utilizado para o tratamento da infecção com o vírus H1N1. Segundo o servidor o HRBz recebeu quantidade apenas para atender a demanda do dia. “Tamiflu foi regrado, a equipe da manhã que assumiu o plantão só conseguiu o tamiflu para o dia de hoje.”, afirmou.
Pedido de socorro
Para o servidor afirma que a situação é desesperadora e pede que Política Distrital ajude a divulgar a precariedade de atendimento do HRBz para que as autoridades tomem providências.
“Então, assim, um verdadeiro desespero porque o paciente jorrava sangue por todos os orifícios e a equipe em desespero porque não conseguia o material adequado para poder prestar o atendimento. Então se você pudesse colocar alguma coisa para ajudar a chamar atenção das autoridades nós te agradecemos.”.
Secretaria de Saúde
Política Distrital entrou em contato com a SES-DF para verificar se a morte da paciente foi em decorrência de infecção por H1N1, as condições de abastecimento de tamiflu e também de equipamentos de segurança para uso dos profissionais de saúde e dos pacientes. Por meio da Assessoria de Comunicação, a Secretaria negou a falta do medicamento e também de máscaras.
“A direção do Hospital Regional de Brazlândia (HRBz) informa que não há falta de Tamiflu e nem de máscaras N 95 na unidade. Mesmo sendo um caso suspeito de H1N1 (e não estando preconizado em casos suspeitos) todos os servidores que tiveram contato com a paciente iniciaram o tratamento com o medicamento.”.
Mas
Embora a Secretaria de Saúde negue a falta de proteção no Hospital de Base do DF (HBDF), em um grupo do aplicativo Whatsapp, uma servidora da SES-DF reclama aos colegas do grupo sobre possível exposição no ambiente de trabalho.
“A colega [de trabalho] com H1N1 não estava sentindo nada além de tosse e um pouco de falta de ar. Quando fez o raio X estava com o pulmão tomado pela pneumonia. Fez exames e deu H1N1. Está em casa no tamiflu.”, disse após relatar que estava com fortes dores: “Temos uma colega que está com H1N1. Agora estou aqui em casa com dores no corpo, na cabeça”no corpo, cabeça e calafrios.”.