Com poucos médicos no HRC em decorrência de perseguições, recomendação do CRM-DF para que UPA evite receber pacientes críticos sobrecarrega outros hospitais
Por Kleber Karpov
Na última semana o Conselho Regional de Medicina do DF (CRM-DF) emitiu recomendação ao Hospital Regional de Ceilândia (HRC) para evitar de receber pacientes críticos na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Ceilândia. Ao atender o pedido, outras unidades de Saúde do DF sentiram o impacto. Com atendimento deficiente da emergência do HRC, por falta de servidores, parte dos pacientes começaram a recorrer ao Hospital Regional de Taguatinga (HRT).
A denúncia chegou à Política Distrital (PD), por meio do conselheiro Regional de Saúde de Taguatinga, André Angelo, que também preside o Sindicato dos Técnicos em Laboratório do DF (SINTRALAB-DF).
Enquanto conselheiro de Saúde, Angelo explicou que, há mais de seis meses, os atendimentos de emergência do HRC praticamente acabaram. “Os servidores que são de Ceilândia disseram que na clínica médica estão sem atendimento de emergência, a pediatria está quase sempre com restrição e a ortopedia nem se fala, está sempre fechada.”, disse ao atribuir o problema a faltam servidores no HRC.
O conselheiro de Saúde apontou o que pode ser uma das causas do problema. Segundo Ângelo, os servidores do HRC vivem, em constante perseguição e alguns passam por assédio moral.
“Eu sou conselheiro de Taguatinga e ainda assim recebo reclamações dos servidores que não aguentam trabalhar no HRC. Tivemos nomeações recentes no último concurso, mas porque não praticamente tem médicos no HRC? O clima lá é muito hostil, os médicos não aguentam a pressão, as grosserias e a perseguições e saem. Praticamente todos que entraram já saíram.”, disse ao profetizar. “Se esse tipo de ‘gestão’ perseguidora e ‘mão de ferro’ funcionasse o hospital de Ceilândia não seria a tragédia que é, seria o Sírio-Libanês do DF”, ironizou.
CRM-DF
De acordo com Ângelo a falta de servidores no HRC, somados à recomendação do CRM-DF piorou o caos da Região de Saúde Oeste, além de atingir o HRT, na Região de Saúde Sudoeste, aém, de outros hospitais do DF.
“Quando o HRC acatou a recomendação do CRM [DF], automaticamente sentimos o impacto no HRT. Os servidores que trabalham no HRT, que já não vivem situação confortável, serão mais pressionados. O hospital de Taguatinga agora tem que absorver boa parte dos pacientes do HRC.”, disse ângelo.