Pesquisa de opinião encomendada pelo portal ao Instituto Dados mostra que 63,5% das pessoas consideram o governo ruim ou péssimo. A maioria também diz que, se as eleições fossem hoje, não votaria em Rollemberg para comandar o DF
Por Lilian Tahan e Priscila Borges
Pesquisa de opinião encomendada pelo portal ao Instituto Dados mostra que 63,5% das pessoas consideram o governo ruim ou péssimo. A maioria também diz que, se as eleições fossem hoje, não votaria em Rollemberg para comandar o DF
ada dez moradores do Distrito Federal, seis consideram o governo de Rodrigo Rollemberg (PSB) ruim ou péssimo. Apenas 7% avaliam sua gestão como boa ou ótima – em julho, segundo pesquisa CNT/MDA, Dilma obteve 7,7% nesse quesito. E a maioria dos brasilienses acredita que o discurso das dívidas herdadas para justificar dificuldades é uma desculpa esfarrapada do GDF. Se as eleições fossem hoje, 58,5% dos eleitores não votariam em Rollemberg para comandar a capital federal. Ele foi eleito em outubro de 2014, no segundo turno, com 55,6% dos votos válidos.
As conclusões fazem parte de uma pesquisa de opinião encomendada pelo Metrópoles ao Instituto Dados. As entrevistas ocorreram entre os dias 23 e 27 de outubro, quando foram ouvidos, pessoalmente, 1,2 mil eleitores nas principais regiões do DF. A partir desta sexta-feira (30/10), o Metrópoles passa a divulgar os resultados obtidos com o levantamento, cuja margem de erro é de 2,8% e o intervalo de confiança, de 95%.
Um dos blocos da pesquisa mediu a satisfação do brasiliense com o atual governo e o seu principal representante. Nesse tópico, a reprovação popular ficou evidente. Para 63,5% dos entrevistados, a administração de Rollemberg é ruim ou péssima. Entre os insatisfeitos, é maior o grupo dos que avaliaram a gestão como péssima (45,8%). Para 17,7%, é ruim. O número daqueles que julgaram o governo regular é de 25,2%. Apenas 6,5% da população acha que a atuação do Poder Executivo é boa. O percentual para ótimo não atingiu 1%.
A insatisfação popular é reflexo de uma desordem financeira que criou um efeito dominó em praticamente todas as áreas onde o Estado colocou a mão. Impostos mais altos, dificuldade em negociar salários dos servidores, falhas na prestação de serviços, desaquecimento da economia são algumas das consequências sentidas pela população e das quais o governo tem se defendido com o discurso de que os desajustes foram herdados da administração passada.
Esse tema foi colocado à prova na pesquisa. Os entrevistados responderam à seguinte pergunta: “O governador Rodrigo Rollemberg alega que as dívidas herdadas do governo passado o impedem de cumprir suas promessas de campanha.” E sabe o que o brasiliense pensa sobre isso? Para 54,2% da população, trata-se de “uma desculpa esfarrapada para tentar justificar a falta de atitude do governador”. Outros 28,3% responderam que “é impossível mostrar serviço com o volume de dívidas que Agnelo Queiroz (PT) deixou para Rollemberg”. Por fim, 15,6% consideram que “é mais difícil avançar enfrentando dívidas, mas o bom gestor tem competência para superar a crise”.
O pano de fundo das greves é, sem dúvida, um combustível para aumentar o índice de descontentamento do cidadão que sofre os efeitos das paralisações. Nesse quesito, Rollemberg conta com o apoio da maioria dos entrevistados. Questionados sobre o que fariam se tivessem a caneta do governador nas mãos, 63,1% responderam que cancelariam o aumento de salário dos servidores e usariam esse dinheiro para investir em outros projetos da cidade. Uma parcela de 21,3% daria o aumento já aprovado pelo governo passado aos servidores.
Desde o começo de outubro, pelo menos 17 categorias cruzaram os braços cobrando o pagamento de reajustes, que deveriam ter sido pagos em setembro a trabalhadores de 32 áreas. Entre elas, estão os professores, os servidores da Saúde, do Detran, do Departamento de Estradas e Rodagens (DER) e dos agentes penitenciários.
O GDF recorreu à Justiça e conseguiu que as paralisações fossem decretadas ilegais. Além disso, decidiu cortar o ponto dos grevistas.
Com a pressão do governo, alguns movimentos perderam força e os servidores retornaram ao trabalho. Duas categorias, porém, continuam dispostas a levar a greve às últimas consequências: médicos e professores. O movimento dos docentes ganhou fôlego após a ação da Polícia Militar, que usou bombas de efeito moral e disparou balas de borracha para conter um protesto.
Punição nas urnas
A soma das insatisfações da população produziu um resultado significativamente desfavorável ao governador. Se as eleições fossem hoje, 58,5% dos brasilienses não votariam nele. Outros 31,6% teriam dúvidas e apenas 4,3% dariam mais um voto de confiança a Rollemberg.
Durante a pesquisa, os entrevistados puderam escolher um meio de transporte que lembrasse a performance de Rollemberg. Foram dadas as seguintes alternativas: ônibus (está sempre atrasado, faz muito barulho e anda pouco), Veículo Leve sobre Trilhos (ainda não deu as caras; estou no aguardo) e metrô (rápido e eficiente). Para a maioria dos brasilienses (58,2%), o governador está mais para busão do que para metrô.
Fonte: Metrópoles