Grampos telefônicos, arapongagens e bravatas de Rollemberg



Por Kleber Karpov

No início do ano (5/Fev) Política Distrital publicou matéria intitulada Uma Casa Civil fazendo grampo telefônico?‘. Cerca de três meses depois (9/Mai) o também jornalista, Fred Lima, publicou outra matéria, intitulada As paredes ouviram: nem vice-governador e distritais aliados do governo escapam de grampo telefônico, em que relatou que o vice-govenador, Renato Santana (PSD) também havia se tornado vítima de grampo telefônico na Casa Civil.  Essa semana (22/Jun) o vazamento de um áudio, noticiada pelo Jornalista, Celson Bianche, deu fim ao que quase pareceu ser o início da trégua do Legislativo em relação ao Executivo.

Isso porque a captura do áudio vazado por meio da rede social, Facebook, utilizando um perfil, supostamente, falso, revelou trechos, aparentemente editados, de falas em que a presidente da Câmara Legislativa do DF (CLDF), Celina Leão (PDT), e do também deputado distrital, Juarez Carlos de Lima Oliveira (PRTB), o Juarezão, como é conhecido sugerem uma participação mais efetiva dos distritais junto ao Executivo. A gravação ocorreu durante uma reunião no gabinete do governador, Rodrigo Rollemberg (PSB) (14/Mai), com alguns parlamentares e secretários de governo.

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Em matéria publicada pelo Correio Braziliense, Celina levanta a suspeita de que o ex-chefe da Casa Civil possa ser o responsável pela gravação e distribuição do conteúdo. Doyle, por sua vez nega e sugere que possa ser alguém com algum interesse em tornar mais tensa a relação entre Legislativo e Executivo.  O caso ocorre cerca de duas semanas após Doyle ter feito duras críticas a distritais e mencionado que houve pedidos “não republicanos” por parte dos deputados.

O que não se ouve nos áudios

Embora os áudios deponham contra os deputados distritais, que cobram por espaço no Executivo, seja por meio de uma secretaria ou administração. Tais vazamentos, independente de virem a público, pelas mãos de Doyle ou de algum ser sem muita pretensão política ou financeira, que estava naquela sala participando das reuniões, apenas para causar intriga, tem apenas uma finalidade concreta, expor ao ridículo e desacreditar o Legislativo.

No entanto, aqueles que condenam as práticas do Legislativo ignoram um fato. Que por trás do discurso das causas republicanas, sobretudo de Doyle, as margens do Governo, é que a composição do governo Rollemberg, desde o primeiro momento, ignorou até as coligações que o elegeram e os partidos que o apoiaram, para compor secretarias e administrações por mera conveniência ou tentativa de sustentabilidade política. O que é pior, pois não garantiu uma base sólida no governo..

Não por outro motivo as administrações regionais estão sob a gestão de várias pessoas sem a menor capacidade administrativa ou nãos mãos de parlamentares que em nenhum instante compôs com o governo. E o mesmo princípio pode ser visto nos tais cargos questionados por Celina, embora todos saibam que as ocupações petistas eram apenas cortina de fumaça para um programa  mais grave, a demagogia do governo Rollemberg. Isso porque, ou se acaba com as práticas não republicanas de vez, principalmente os cabides de emprego, ou não as contestem.

No placar político talvez possa ser interpretado por 1×1. Onde o executivo tenta imputar uma quebra de decoro parlamentar ao Legislativo X o Executivo impõe à população do DF o estelionato eleitoral usando as práticas questionadas pelo Legislativo.



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