Grupos de combate à obesidade ajudam na educação alimentar de crianças

Iniciativas em Unidades Básicas de Saúde (UBSs) oferecem palestras e encontros com profissionais



Tanto na atenção primária, em unidades básicas de saúde (UBSs), quanto nos níveis mais complexos de acompanhamento, grupos de controle de obesidade e educação alimentar infantil da Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF) ajudam crianças e famílias. Profissionais de nutrição ensinam de forma lúdica a maneira correta de se alimentar, além de apresentar novos hábitos.

Uma das iniciativas na Unidade Básica de Saúde (UBS) 3 do Guará é a Crescer Saudável. Por lá, a nutricionista Alessandra Martins ajuda os pequenos a se interessar por novos alimentos e a entender o que pode fazer mal a eles. O grupo tem três encontros fixos quinzenais com estratégias diferentes a cada palestra. São atendidas crianças de 5 a 10 anos com erro alimentar. Segundo a profissional, isso é comum e pode ser observado desde o primeiro ano de vida.

A nutricionista Alessandra Martins alerta que todos estão sujeitos a erros alimentares, que podem ocorrer em qualquer fase da vida | Fotos: Agência Saúde/ Divulgação

“O erro alimentar ocorre em todas as fases da vida. Mesmo tendo a melhor educação, estamos sujeitos. Mas, precisamos estar atentos, principalmente, com os pequenos. O erro está presente quando substituímos um alimento saudável por outro industrializado e de fácil acesso”, explica Alessandra. A falta de tempo e outras demandas diárias estão entre os motivos que levam os responsáveis e cuidadores a cederem na alimentação.

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Maria Alciene Pereira participa do projeto com o filho Saymon, de 6 anos. Aos 38 anos, a mãe tem diabetes tipo 1. “É desafiador, porque já tomo remédio e fico com medo dele ter algum problema. Me esforço muito para dar uma alimentação correta. Mas, o pai, por viajar muito a trabalho, acabava tentando compensar e agradar com guloseimas e besteiras”, relata. Com as palestras, a família fez ajustes e o menino passou a aceitar mais alimentos.

Maria Alciene Pereira, com diabetes tipo 1, tem atenção redobrada com a alimentação do filho Saymon Pietro

Com histórico de obesidade na família, William de Oliveira, 39 anos, participa das ações da UBS e introduziu os filhos Caio, 10 anos, e Heitor, 7, nas atividades por indicação do agente comunitário da sua região. “Eu tenho dificuldade com os meninos desde que eram bebês, principalmente, em relação à rejeição dos alimentos”, conta William.

A gerente de Nutrição da SES-DF, Carolina Gama, destaca a importância do trabalho em rede em todos os níveis de assistência, principalmente, na atenção básica com um trabalho contínuo de prevenção e educação. “A SES-DF tem um Grupo Condutor Distrital da Rede de Doenças Crônicas Não Transmissíveis constituído por representantes dos três níveis de atenção à saúde, da vigilância em saúde e das regiões de saúde para estabelecer os fluxos e os protocolos de atendimento de pessoas com sobrepeso e obesidade, entre outras doenças em todas as faixas etárias”, explica. Para participar das atividades de promoção da alimentação adequada e saudável, busque a UBS em que a criança é atendida e confira os horários e dias dos eventos.

Caio e Heitor participam do Crescer Saudável da UBS 3 do Guará com o pai, William de Oliveira, e enfrentam, juntos, a rejeição por alguns alimentos

Consumo alimentar infantil no DF

O último boletim da série histórica do DF mostra aumento de peso em todas as faixas etárias. O percentual de crianças de até 5 anos com excesso de peso passou de 7,9% para 8,2% de 2020 para 2021. Nas maiores de 5 anos até 10, houve crescimento, de 27,9% para 33,4%.

O documento ainda mostra que 19% das crianças entre 6 meses e 23 meses consomem bebidas adoçadas. Na mesma faixa etária, o hábito de comer alimentos ultraprocessados chega a 33% dos pequenos. De 2 anos a 4 anos, os números sobem para 69% e 95%, respectivamente. A marca dos ultraprocessados fica acima da média brasileira, que é de 91%.

Em crianças de 5 anos a 9 anos, o DF também bateu a média nacional, com 76% para bebidas adoçadas e 96% para alimentos ultraprocessados. Para Carolina Gama, esses são dados preocupantes que a gestão busca melhorar, alcançado as famílias com informações que ajudem a trazer uma realidade alimentar saudável.



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FONTEAgência Brasília
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