HCB apresenta estudos sobre a vacina da dengue em fórum sobre imunização

Profissionais do hospital falaram sobre sorotipos, segurança das vacinas e também sobre a importância da vigilância contra a volta de casos de poliomielite



Brasília reuniu profissionais da Atenção Primária à Saúde e Vigilância Epidemiológica com representação de vários estados do país no VII Fórum de Imunização e IV Fórum de Doenças Imunopreveníveis. Na quarta (17) e nesta quinta (18), o foco das discussões foi a imunização dentro dos calendários de vacinação.

O Distrito Federal foi pioneiro na implantação, em 1993, dos centros de Referência de Imunobiológicos Especiais (Cries). O primeiro teve início na Asa Norte (Hran), depois Taguatinga, Asa Sul e Ceilândia. O Crie regula as prescrições de imunobiológicos e vacinas, conforme demandas, observando os casos que exigem condutas especiais como em pacientes transplantados.

O Fórum de Imunização e de Doenças Imunopreveníveis foi realizado no momento em que o cenário nacional é de enfrentamento a uma epidemia da dengue e, motivado no sentido de envolver os setores da saúde principalmente na imunização e no combate do vetor da doença, o mosquito Aedes aegypti.

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“É muito importante que os pais e responsáveis de crianças aptas a receberem a vacina procurem as unidades. A vacina é gratuita, de qualidade e segura”

Claudia Valente, imunologista

Marlía Graber França, do Grupo de Vigilância da SES, expôs o cenário no Distrito Federal. Os estudos dos sorotipos identificam a gravidade e o que prevalece são os tipos 2 e 3, considerados os que trazem mais complicações. Essa confirmação saiu após uma análise de 40 mil amostras enviadas ao Laboratório Lacen. Segundo França, a infecção pelo vírus tende a ser mais grave devido à resposta imunológica do paciente quando há uma segunda infecção.

As vacinas hoje oferecidas protegem contra todos os sorotipos, mas a melhor resposta é para o tipo que provoca a manifestação mais grave da doença. E foram esses estudos que Claudia Valente, coordenadora da equipe de imunologia e alergia do Hospital da Criança apresentou o painel “Incorporação da Vacina da Dengue”.

A pediatra apresentou estudos sobre os novos genótipos do vírus da dengue, as mudanças na epidemiologia e as condutas recomendadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS) a serem observadas para um esquema vacinal. A imunologista falou com otimismo sobre os estudos com a nova vacina desenvolvida pelo Butantã e garantiu que é segura a vacina já adotada a TaK-003, tetravalente, do Laboratório Takeda. “A vacina da dengue, que já é incorporada no Programa Nacional de Imunização, teve mais de 30 mil participantes na fase de testagem, avaliando segurança em 12 a 18 meses e cinco anos de utilização da vacina, agora adotada”.

“Não podemos deixar passar nenhum caso de PFA que não tenha sido investigado para poliomielite, e em tempo hábil”, disse a enfermeira Larissa Barrozo

“Surgiram alguns casos de hipersensibilidade, mas estavam dentro do esperado. Então o que se deve fazer é seguir as recomendações de qualquer vacina. A OMS, Opas e o Ministério da Saúde orientam que se use uma arma tão poderosa numa doença que, agora, atinge mais de 2 milhões de casos no país. É muito importante que os pais e responsáveis de crianças aptas a receberem a vacina procurem as unidades. A vacina é gratuita, de qualidade e segura”, recomenda a imunologista Claudia Valente. A médica comentou que a faixa etária para receber a vacina é reavaliada a todo momento.

O Fórum deu uma grande contribuição com informações técnicas que levaram à ampliação da faixa etária de cobertura vacinal. Autoridades presentes ao evento participaram também de uma reunião no Ministério da Saúde, que acabou deliberando os estados e municípios a ampliarem a vacinação para a faixa etária de 6 a 16 anos. A expansão será válida até o fim do estoque de vacinas disponíveis.

Paralisia Flácida Aguda

O HCB foi apresentado como o hospital que mantém uma equipe assistencial na vigilância da Paralisia Flácida Aguda (PFA). A enfermeira Luciana Barrozo apresentou a pesquisa e o engajamento da equipe quando há um caso de suspeita de síndrome de Guillain-Barré (GB).

A doença leva a uma perda súbita de movimentos e é conhecida como PFA. O diagnóstico precisa ser realizado, pois os sintomas dessa doença podem confundir e levar a uma subnotificação de poliomielite. Quando há uma suspeita, os grupos de vigilância do HCB coletam exames de fezes no 14º dia do início da deficiência motora. A Paralisia Flácida foi identificada em seis crianças no HCB, em 2023.

O trabalho de pesquisa da PFA no Hospital da Criança é determinante para manter a erradicação da paralisia infantil no país, como explicou a enfermeira Larissa Barrozo.

“Nós recebemos pacientes de todos os estados e até imigrantes e, como temos um serviço de neurologia de excelência, recebemos pacientes de Guillain-Barré, que é a Paralisia Flácida. Então, precisamos estar vigilantes para investigar e fazer as pesquisas diagnósticas de poliovírus nas fezes, que é o recomendado pelo Ministério da Saúde. O hospital está extremamente vigilante para evitar a volta da paralisia infantil, a poliomielite. Não podemos deixar passar nenhum caso de PFA que não tenha sido investigado para poliomielite, e em tempo hábil”, concluiu Larissa Barrozo.



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FONTEAgência Brasília
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