Hipertensão em crianças e problemas cardiovasculares: um alerta para a saúde infantil

No Brasil, a incidência de hipertensão na população pediátrica é estimada entre 3% e 15%, conforme dados do Ministério da Saúde



A hipertensão arterial, historicamente vinculada aos adultos, emerge como uma crescente preocupação na saúde infantil. Os altos índices de casos de hipertensão em crianças estão diretamente relacionados a hábitos de vida sedentários, dieta inadequada e fatores genéticos. No cenário brasileiro, segundo dados do Ministério da Saúde (MS), estima-se que a prevalência de hipertensão na população pediátrica varia de 3% a 15%.

Segundo o cardiologista hemodinamicista do Instituto do Coração de Taguatinga (ICTCor), Thomas Osterne, a hipertensão arterial em crianças é caracterizada pela persistente elevação da pressão arterial acima dos valores normais para idade e altura. Os fatores de risco incluem: obesidade infantil, histórico familiar de hipertensão, inatividade física e uma dieta rica em sódio. Identificar a hipertensão em crianças pode ser desafiador, uma vez que frequentemente a doença não apresenta sintomas evidentes. A medição regular da pressão arterial durante as consultas pediátricas é crucial para o diagnóstico precoce.

Outra consideração importante, de acordo com o cardiologista, são os riscos cardiovasculares associados ao problema. Atualmente, conforme dados do Instituto Nacional de Cardiologia (INC), aproximadamente 14 milhões de pessoas no Brasil, entre crianças e adultos, enfrentam algum tipo de enfermidade cardiovascular. “Crianças com hipertensão têm maior probabilidade de desenvolver doenças cardíacas na idade adulta. A pressão arterial elevada impõe uma carga adicional ao coração, elevando o risco de hipertrofia ventricular esquerda e outras complicações cardíacas”, destaca Thomas Osterne.

Publicidade

A hipertensão infantil está correlacionada ao desenvolvimento precoce de aterosclerose, um acúmulo de placas nas artérias que pode resultar em doenças cardiovasculares graves na vida adulta. Adicionalmente, a pressão arterial elevada aumenta o risco de AVC em adultos, e esse mesmo princípio se aplica às crianças. O AVC pediátrico, embora raro, constitui uma consequência grave da hipertensão. Thomas explica ainda que a hipertensão pode afetar os rins, contribuindo para o desenvolvimento de insuficiência renal. Em crianças, isso pode resultar em complicações a longo prazo, como a necessidade de diálise ou transplante renal.

No âmbito da prevenção e intervenção, o médico destaca a importância de promover hábitos alimentares saudáveis e a prática regular de atividade física desde a infância, como medidas cruciais na prevenção da hipertensão. Além disso, ressalta a necessidade de exames regulares para medir a pressão arterial durante as consultas pediátricas, visando identificar precocemente a hipertensão.

Conscientizar pais e cuidadores sobre os riscos associados à hipertensão em crianças é fundamental, incluindo orientações sobre escolhas alimentares saudáveis e a importância da atividade física. Nos casos diagnosticados, torna-se crucial a implementação de medidas médicas, como modificações na dieta, perda de peso e, em alguns casos, medicação prescrita por um profissional de saúde.

 

Depositphotos Parceiro Política Distrital



Política Distrital nas redes sociais? Curta e Siga em:
YouTube | Instagram | Facebook | Twitter










Artigo anteriorPrograma Jovem Candango abre oportunidade de contratação de 838 adolescentes na segunda (15)
Próximo artigoInflação no Distrito Federal em dezembro foi menor que 1%