A adolescente Lívia Aparecida de Moura, 17 anos, à espera do primeiro filho, precisou ser internada com 29 semanas de gestação, após sentir fortes dores. Ela foi atendida no Hospital Materno Infantil de Brasília (Hmib), e o bebê nasceu em um parto prematuro, com apenas 33 semanas de gestação. O quadro se intensificou com a descoberta de uma pedra na vesícula durante o período em que esteve na unidade hospitalar.
“Ao todo, fiquei um mês internada e, nesse tempo, contei com todo o apoio da equipe médica. Foram quase três dias de trabalho de parto até que meu filho pudesse vir ao mundo. Achei o atendimento no Hmib incrível. Eles têm muito cuidado com as mães e com as crianças”, relata Lívia.
Considera-se um parto de baixo risco aquele realizado com a gestação a partir de 37 semanas; inferior a esse número, torna-se prematuro e pode trazer complicações à vida do bebê. “Tive um parto muito cedo. Foi muito complicado e sofrido”, acrescenta a adolescente.
Assim como a história de Lívia, o Hmib, que tem a certificação de Hospital Amigo da Criança, coleciona as de muitas outras de mães que tiveram partos prematuros e complicações na gestação. Enquanto Lívia já carrega o bebê nos braços, outras mulheres ainda aguardam a chegada dos filhos durante a internação.
É o caso de Marlei Pires. “Fui diagnosticada com diabetes gestacional e com uma infecção. Desde então, estou aqui no Hmib”, explica. A trajetória de Marlei começou em 20 de julho, quando entrou em trabalho de parto prematuro. Ela foi encaminhada a outro hospital, retornando à internação no Hmib em 23 de julho.
“Estou sendo atendida por uma equipe muito boa, tanto de profissionais da área médica quanto da enfermagem. Todos, desde o pessoal da limpeza aos nutricionistas, têm sido extremamente cuidadosos comigo. Estou sendo muito bem-assistida”, elogia.
E, apesar da internação prolongada, Marlei entende a importância de todos os cuidados. “Sei que esse tempo é necessário para que meu filho venha ao mundo saudável”, finaliza.
Importância da amamentação
Durante a campanha nacional deste mês, intitulada Agosto Dourado, com ações de conscientização e esclarecimento sobre a importância do aleitamento materno, o Hmib impulsiona a realização de atividades para as mães que estão internadas no hospital.
“Mais descansada, a mãe consegue oferecer um leite padrão ouro, cheio de benefícios e muito importante para que a criança se desenvolva da melhor maneira possível”Bárbara de Oliveira Carvalho, enfermeira do Hmib
Elas contaram com oficinas de pintura na barriga, maquiagem e design de sobrancelhas, além de atividades educativas sobre primeiros socorros com os recém-nascidos.
Neste ano, a campanha de amamentação tem como foco o pai e a mãe, uma forma de ressaltar a importância de se ter uma rede de apoio, conforme explica a enfermeira do Hmib e idealizadora do evento, Bárbara de Oliveira Carvalho: “Esse suporte dá a chance de manter a amamentação, porque, mais descansada, a mãe consegue oferecer um leite padrão ouro, cheio de benefícios e muito importante para que a criança se desenvolva da melhor maneira possível”.
Além disso, o evento permitiu que as pacientes se sensibilizassem sobre todos os tipos de suporte que a rede pública de saúde pode oferecer às gestantes. “Se conseguirmos passar uma mensagem de que estamos aqui para dar apoio às gestantes, que elas podem buscar as unidades básicas de saúde [UBSs] e os bancos de leite, por exemplo, já teremos cumprido muita coisa”, declara Carvalho.
Bruna Mendes, 32 anos, mãe de três filhos, participou do encontro e reconheceu a necessidade de aperfeiçoar os conhecimentos sobre o aleitamento materno a cada gestação. “A gente sempre tem muito a aprender todos os dias, e a amamentação é fundamental, é um ato de amor, que traz saúde para nossos filhos”, relata.
Doação de leite materno
Enquanto algumas mães podem amamentar os seus filhos, outras precisam do apoio. Os bancos e os postos de coleta de leite humano têm a missão de promover, proteger e apoiar o aleitamento materno. Esses locais fazem a coleta, o processamento, a distribuição do alimento e realizam consultas para as mães que apresentam dificuldade em amamentar.
Os bancos de leite humano da rede pública de saúde do Distrito Federal têm classificação de Padrão Ouro pelo Programa Internacional Ibero-Americano de Bancos de Leite Humano. As ações e políticas públicas também tornaram a capital do país o local mais próximo, no mundo, a conquistar a autossuficiência em leite materno.
As mães que desejarem doar devem ligar para o número 160 (opção 4) ou se cadastrar no site do Amamenta Brasília. Em seguida, são passadas orientações de como coletar e armazenar o leite em casa, sem necessidade de deslocamento aos hospitais. Por último, uma equipe do Corpo de Bombeiros do DF vai à residência da doadora deixar o kit e, posteriormente, buscar os vidros cheios.