Saúde nega e diz que há 36 vagas privadas para transferência de pacientes.
Sindicato diz que GDF deve R$ 180 milhões a nove hospitais particulares.
Por Isabella Formiga
O sindicato que representa os hospitais particulares do Distrito Federal suspendeu a oferta de leitos de UTIs para pacientes da rede pública por causa de uma dívida de R$ 180 milhões do GDF com dez centros médicos. A Secretaria de Saúde nega a suspensão dos convênios.
De acordo com a pasta, há 36 leitos de UTI disponíveis na rede privada para transferência de pacientes da rede pública. A pasta informou que, por ser ponto facultativo, não tem acesso ao sistema contábil para confirmar o valor da dívida.
De acordo com o presidente do Sindicato Brasiliense de Hospitais, Casas de Saúde e Clínicas, Carlos Daher, o atendimento começou a ser suspenso progressivamente no início do ano. Da dívida, R$ 80 milhões são referentes ao convênio firmado com a Polícia Militar.
“A rede de UTI [privada] não atende a secretaria de Saúde há vários meses. Talvez alguma outra instituição que não esteja vinculada ao sindicato tenha feito um acordo paralelo com a secretaria, mas, como presidente dos hospitais filiados, posso afirmar que todos pararam de atender em função do não pagamento.”
De acordo com Daher, o convênio para oferecer leitos para o GDF foi firmado em 2006. “Na ausência de leitos de UTI, o GDF encaminhava os pacientes para a rede privada. Eles foram sendo cortados progressivamente, mas tem mais de 60 dias que não tem nenhum paciente sendo encaminhado para nossas UTIs”, disse. “Esse atendimento foi prestado e o GDF não paga.”
Daher diz que o governador Rodrigo Rollemberg se comprometeu, durante a campanha eleitoral, a negociar a dívida, mas até agora não se manifestou. “Já se passaram dez meses de governo e não recebemos nenhuma proposta. Paramos de atender por quebra de contrato unilateral do GDF.”, disse. “São R$ 180 milhões. Parte da dívida se arrasta desde 2008, mas o grosso se acumulou nos últimos três anos.”
A Secretaria de Saude afirmou que tem 353 leitos na rede pública e 11 no Hospital Universitário de Brasília. As vagas são controladas pela Central Única de Regulação da pasta, que direciona os pacientes que aguardam vaga, de acordo com a classificação de risco e prioridade de cada caso, inclusive os judicializados.
Fonte: G1 DF