Hospital da Criança adquire neuronavegador híbrido

Equipamento permite mapear o cérebro por sensores magnéticos, reforçando a segurança da cirurgia



O Hospital da Criança de Brasília José Alencar (HCB) passa a contar com um novo neuronavegador, equipamento que traz mais segurança para cirurgias cerebrais. Utilizado ao longo de todo o procedimento, o aparelho mapeia o cérebro da criança, ajudando a localizar as áreas que precisam ser operadas. “Permite descobrir tumores, hidrocefalias com septações [divisões por septos], ajuda em plásticas do aqueduto cerebral”, resume o neurocirurgião do HCB Benício Oton de Lima.

Neuronavegadores comuns são presos à cabeça por meio de pinos, imobilizando o paciente durante a cirurgia. O que chegou ao HCB é híbrido – também permite o mapeamento por sensores magnéticos, sendo mais apropriado para crianças com menos de 4 anos.

“No caso de bebês, não dá para prender a cabeça com os pinos, porque ela ainda é frágil; acima de 4 anos, a criança já pode usar os pinos. O nosso tem os pinos e os sensores, traz mais segurança, mais qualidade, mais rapidez no procedimento”, explica o neurocirurgião.

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Inovação

O novo equipamento do HCB é o primeiro de modelo híbrido do Distrito Federal. Em outros países e em algumas instituições de São Paulo, ele já é utilizado. A compra foi realizada por meio de emenda parlamentar de R$ 1 milhão feita pelo deputado distrital Agaciel Maia. Após liberação pela Secretaria de Saúde (SES), a verba foi empregada na compra do aparelho.

O neuronavegador é composto por câmera infravermelha, que capta os sinais de pequenos sensores utilizados durante os procedimentos – essa captação permite localizar o ponto do cérebro onde a cirurgia precisa ser realizada. “Ele [o aparelho] é excepcional, funciona como um GPS da cabeça; durante a cirurgia, tenho um guia para minha mão”, afirma Benício Oton de Lima.

“O aparelho é excepcional, funciona como um GPS da cabeça; durante a cirurgia, tenho um guia para minha mão”

Benício Oton de Lima, neurocirurgião

A nova tecnologia vai beneficiar muitas crianças. “Os números vêm crescendo”, pontua o médico. “Hoje, a quantidade de crianças com tumores cerebrais chega a cerca de 50 por ano; com hidrocefalias complexas, 30 por ano – então, são cerca de 80 crianças por ano que podem ser atendidas, com resultado melhor e menos riscos de sequela”.

A primeira cirurgia foi feita nesta quarta-feira (27), para retirada de um tumor do cérebro de um menino de 4 anos. A mãe da criança afirmou que estava nervosa, mas se acalmou ao entender que o novo equipamento traria mais segurança ao procedimento: “O doutor Benício me explicou que era uma máquina muito boa, e eu fiquei mais tranquila”, disse.



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FONTEAgência Brasília
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