HRT completa 50 anos com ampliação da capacidade de atendimentos

Uma das principais unidades de referência do DF, Hospital Regional de Taguatinga realiza mais de 500 mil procedimentos anualmente



Era o dia 2 de março de 1974 quando a então pacata Taguatinga ganhou um hospital para atender a população. Cinquenta anos depois, o Hospital Regional de Taguatinga (HRT) é uma das principais unidades da Secretaria de Saúde (SES-DF), dando assistência a pacientes de todas as regiões administrativas. Por ano, são mais de 500 mil procedimentos, entre consultas, exames, cirurgias e acolhimentos na emergência.

“Além da importância na área de urgências e emergências, o HRT é estratégico à rede por oferecer tratamento especializado”, explica a secretária de Saúde, Lucilene Florêncio. Para se ter uma ideia, em 2023, foram 152.947 pessoas atendidas no pronto-socorro, uma média superior a 400 pacientes por dia.

Vítimas de violência, de acidentes de trânsito e de diversos tipos de doença, inclusive casos graves de dengue e covid-19, fazem parte da rotina do HRT. Também há atendimento emergencial de saúde bucal diariamente, das 7h às 19h, e 24 horas para oftalmologia. “Nós somos porta aberta. Isto é, atendemos todos os pacientes que necessitam de assistência, sejam transferidos de unidades, encaminhados pelo Samu, bombeiros ou que chegam por meios próprios”, garante a gerente de enfermagem da unidade, Juliana Rodrigues.

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Fora do pronto-socorro, a intensidade é parecida. No ano passado, o número de consultas chegou a 237.329 e o de exames a 97.285. Os 12 leitos de Unidade Terapia Intensiva (UTI) para adultos e quatro pediátricos registraram 2.571 diárias. Já os mais de 300 leitos gerais tiveram 20.076 autorizações de internações, sendo 17.380 de pacientes só do Distrito Federal e mais de 2,6 mil de moradores de estados próximos. Parte disso permitiu a retaguarda necessária para 4.894 cirurgias com internação e 2.273 ambulatoriais. “O serviço é completo. Aqui há especialidades que não temos em alguns hospitais da rede pública”, destaca o gerente de Assistência Cirúrgica do HRT, Samir Cunha Coury.

Nos mais de 36 mil metros quadrados de área construída, é comum ouvir vários tipos de sotaques. Moradores de Goiás, Bahia, Minas Gerais e outros estados mais distantes, além de todas as regiões administrativas do DF, são atendidos ali, inclusive para procedimentos eletivos. “É comum que hospitais de referência em diversas especialidades recebam pacientes de áreas circunvizinhas. No caso do HRT, sendo modelo em nefrologia, cardiologia e pediatria, entre outras, é esperado que pessoas de toda a capital e Entorno busquem atendimento”, explica a gerente Interna de Regulação, Anna Christina Oliveira.

Assistência pediátrica

Além de pacientes de várias regiões administrativas do DF, a unidade de saúde é procurada por moradores de Goiás, Bahia e Minas Gerais

O número de internações também engloba o nascimento de 2.953 crianças, apenas em 2023. A vocação do HRT como maternidade e local para uma linha de cuidados materno-infantil faz com que a unidade seja reconhecida como Hospital Amigo da Criança há 30 anos. A história também foi escrita ali em 1978, quando surgiu o primeiro banco de leite humano (BLH) do DF, o quinto do país.

Hoje, a assistência ofertada pelo banco chama a atenção: foram 35.236 atendimentos em 2023, com distribuição de 2.795,8 litros de leite para mais de 3 mil bebês A coordenadora do BLH, Natália Conceição, destaca que mulheres também podem se consultar no espaço para ter auxílio na amamentação. As que doam são informadas de que um único litro de leite pode alimentar até dez recém-nascidos. “Sempre é bom lembrar da importância desse gesto”, afirma Natália.

Revitalizações

Em meio à epidemia de dengue, com o HRT sendo responsável pelo atendimento de casos graves da doença – os leves e moderados são indicados para as tendas de hidratação e rede de Unidades Básicas de Saúde (UBSs) – não haverá comemorações do aniversário de 50 anos. Além disso, a estrutura física está em plena mudança, com uma série de reformas iniciadas em 2022, quando a SES-DF voltou a contar com contrato regular de manutenção predial.

Um dos desafios da direção do HRT é diminuir o tempo de espera por atendimento

Unidade de Terapia Intensiva, oncologia, oftalmologia e um novo estacionamento com 197 vagas foram alguns dos setores totalmente renovados. Agora, o foco está no pronto-socorro. Os serviços ocorrem 24 horas, com o objetivo de ampliar os espaços de assistência e dar mais conforto a servidores e pacientes. “Esperamos reduzir o tempo de atendimento e melhorar a dinâmica”, explica o diretor do HRT, José Henrique de Alencar.

Mais serviços estão previstos. O setor de patologia vai receber ainda este ano um criostato, equipamento necessário para permitir a análise rápida de amostras coletadas de pacientes. Já a endocrinologia também passa por melhorias, incluindo até a aquisição de cadeiras próprias a pacientes obesos. “Temos trabalhado para oferecer o melhor atendimento à população, seja com um equipamento especializado, cadeiras, ar-condicionado, revitalização de pintura, dentre outras medidas. Porém, a grande capacidade do HRT é a força e a união dos seus mais de 2,1 mil servidores, sem contar com residentes, estagiários, terceirizados e voluntários. É esta a nossa grande realização nesses 50 anos”, finaliza o diretor.

Ícone arquitetônico

O HRT também é um dos marcos arquitetônicos do DF. À época da construção, foi inovador por trazer conceitos como iluminação natural, conforto térmico e ter vista para uma ampla área verde. O esboço original de Oscar Niemeyer foi trabalhado pelo arquiteto João Filgueiras, o Lelé, responsável por outros projetos renomados em Brasília, como o do Instituto Central de Ciências, conhecido como Minhocão, na UnB, e do Quartel-General do Exército.

A construção do HRT se destacou pelo uso de um sistema pré-fabricado de concreto armado e o fato de a obra ter ocorrido em um terreno íngreme, resultando em uma configuração de até cinco andares onde as diversas entradas e saídas estão em níveis diferentes. O hospital também conta com obras de arte, como um painel de Athos Bulcão, próximo à entrada do ambulatório.



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FONTEAgência Brasília
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