HRT cria sala de acolhimento para familiares de pacientes com Covid-19

Atendimento psicossocial é disponibilizado todos os dias



Por Leandro Cipriano

A situação imposta pela pandemia afeta bem mais do que a saúde física dos acometidos pela Covid-19. A doença também gera um processo de insegurança, medo e sentimento de impotência, tanto no paciente como nos seus familiares. Para dar suporte durante esse momento, o Hospital Regional de Taguatinga (HRT) criou uma sala de acolhimento psicossocial aos familiares de pacientes infectados pelo coronavírus.

Formada por uma equipe de psicólogos, assistentes sociais, enfermeiros e médicos, a iniciativa tem como objetivo minimizar angústias, incertezas e proporcionar acolhimento psicológico social, desenvolvendo um ambiente mais humano e acolhedor aos familiares durante a pandemia. Especialmente por meio de teleatendimentos, devido ao distanciamento social, mas excepcionalmente de forma presencial, para os parentes que vão ao hospital.

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“O intuito é favorecer a aproximação dos familiares com o paciente de uma forma indireta, já que nesse momento eles não podem ter acesso à área de isolamento. Promovendo a comunicação e o bom relacionamento da equipe de saúde com pacientes e familiares, diminuímos a ansiedade provocada pelo contexto de adoecimento, internação/isolamento, fortalecendo os sentimentos de esperança, segurança e de cuidado”, explica a coordenadora substituta de Psicologia do HRT, Adriana Andrade, uma das responsáveis pelo projeto.

No acolhimento, os profissionais desenvolveram várias ações para reduzir a distância e a insegurança vivida pelos pacientes e seus parentes. Entre elas, o teleatendimento aos familiares que buscam informações e para os internados conscientes que estão de posse de celular e já podem se comunicar.

Além disso, videochamadas também são feitas na medida do possível, para aproximar mais os familiares dos acometidos pela doença, reduzindo as inseguranças e amenizando a saudade.

“São ações que permitem à família cuidar do ente querido, mesmo que à distância. Acaba também sendo um processo de humanização em um momento tão delicado e desafiador para todos”, afirma Adriana Andrade. “Ao mesmo tempo, esse serviço pretende colaborar com a equipe que está na assistência direta ao paciente, à frente dos cuidados físicos, pois oferecemos cuidado e suporte às demandas psicossociais”, ressalta.

Fluxo

Também à frente da sala de acolhimento, a chefe do Núcleo de Serviço Social do HRT, Michelline Carvalho, explica que o fluxo de atendimentos começa quando o paciente com coronavírus é admitido no hospital.

“O enfermeiro responsável pela área de Covid-19 encaminha o parente para a nossa sala, então começamos todo o suporte familiar, social e psicológico, enquanto o médico fica responsável por informar sobre a situação do paciente no boletim diário. É um tripé de responsabilidades”, comenta Michelline Carvalho.

O serviço disponibiliza ainda suporte à comunicação de más notícias, como piora do quadro clínico e tomada de decisões em relação a cuidados paliativos. Inclusive, acolhe o familiar que se dirigir ao hospital para receber a notícia do óbito, com todo o suporte psicológico e orientações sobre o processo de luto e alternativas ao sepultamento presencial.

“Vejo que esse serviço, com o tempo, vai se tornar o nosso legado pós-pandemia. Esse atendimento de qualidade poderá ser utilizado, no futuro, para familiares de pacientes oncológicos ou que estão em estado grave nas UTIs, por exemplo. De toda forma, é um suporte muito bem-vindo”, elogiou o diretor do HRT, Wendel Moreira.

A sala de acolhimento psicossocial funciona todos os dias no hospital, das 7h às 19h.



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FONTEAgência Saúde DF
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