Por Kleber Karpov
O Instituto Hospital de Base do DF (IHBDF), embora enaltecido como modelo a ser seguido por outras unidades de Saúde do DF, está longe de ter se tornado uma excelência, ou retornado a ser referência, em qualidade de atendimento no DF, ao se lembrar os áureos anos de ouro do DF.
No entanto, nas últimas semanas, o governador do DF, Ibaneis Rocha (MDB), comprou a briga, em defesa de sistemas de gestão que podem ser expandidos a outras unidades de saúde, como caminho para se tentar resolver o problema da Saúde do DF.
É claro, que, como tentou justificar a gestão do IHBDF, vidas humanas não devem ser mensuradas por números, isso para contrapor a baixa eficiência estatística do Instituto enquanto modelo de gestão de sucesso.
Também é justo dizer, se o IHBDF passou a negar determinadas demandas, sobretudo após edições de portarias que permitiu ao governo, filtrar na classificação de riscos quem adentra a porta da emergência, supostamente aberta, do HBDF, naturalmente, com menor fluxo de atendimentos, os que entraram encontraram melhor qualidade de atendimento.
Melhoria essa, incapaz de reduzir as filas gigantescas na porta dos fundos do hospital, que provavelmente, Ibaneis não teve a chance de ver, ao chegar pela porta da frente. Ou ainda, a paciente que após acabar de engessar o pé esquerdo, com o direito se locomovia, em uma cadeira improvisada (26/Jan) que, sem cadeira de rodas se virou em ‘cadeira com rodas’.
Mas, ainda assim, Ibaneis comprou a briga, e passa um claro recado à população do DF. ‘Se endosso os sistemas de gestão do Instituto Hospital de Base para outras unidades, é que por lá, o caos é gritante e precisamos fazer algo.’, o que pode ser considerado uma verdade concreta. Quem acompanha a saúde do DF, sobretudo ao longo da gestão do ex-governador do DF, Rodrigo Rollemberg, percebe que claramente, hospitais e Unidades de Pronto Atendimento (UPAs), tomaram para si o título de ‘açougues humanos’ que por anos tomou conta de grandes centros metropolitanos, a exemplo de São Paulo.
Mas, briga comprada, CLDF ‘dominada’, Ibaneis consegue estender o modelo do IHBDF ao, agora, Instituto de Gestão Estratégica do DF (IGESDF), que será comandado pelo secretário adjunto de Gestão da Secretaria de Saúde, Francisco Araújo, que passa a responder como diretor-presidente do IGESDF.
Porém, lastros a parte, Francisco herda outros sete filhos. Além do HBDF, a gestão do Hospital Regional de Santa Maria (HRSM) e das seis UPAs do DF ficam a cargo da capacidade de gestão do novo diretor-presidente do IGESDF.
Nesse contexto, certamente os passos do gestor, estrategista por formação, devem ser acompanhados com lupa. Tanto por parte do Executivo, do Legislativo, dos órgãos de controle locais e federais, quanto das entidades ligadas à saúde.
O motivo é muito simples. O principal gargalo da gestão do GDF é a saúde pública do DF. Nesse contexto, o futuro político de Ibaneis, que compôs um governo para garantir projeção nacional, com indicações, a exemplo do próprio Francisco, para eventualmente dar passos mais largos em 2022, passa diretamente por dar fim ao caos que Rollemberg transformou a saúde do DF.
Que Ibaneis, enquanto governador e, bom conhecedor do direito, vai se utilizar de todos os meios legais para mostrar resultados à população, e já o tem feito, em diversas demandas apresentadas pelo SOSDF, disso ninguém tem dúvida. Resta saber se Francisco, vai cuidar bem dos filhos.