IGESDF presta contas à população na UPA de Ceilândia



Na noite desta quinta-feira (29), comunidade da região administrativa participou da primeira rodada de exposição dos gastos públicos. A ideia é de que ação seja realizada trimestralmente

Por Ailane Silva

Com o objetivo de aumentar a transparência dos gastos públicos com as seis Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) do DF, o Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do DF (IGESDF) realizou um evento de prestação de contas totalmente aberto para a população, nesta quinta-feira (29), na unidade de Ceilândia. A população foi convocada por um carro de som que passou por várias ruas da região administrativa.

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“A partir de agora, vamos trimestralmente prestar contas aos usuários de quanto gastamos com medicamentos, equipamentos, pessoal, infraestrutura. São poucos meses à frente das UPAs, mas tenho convicção de que as pessoas que vêm aqui recebem atendimento, medicamentos e dignidade. Hoje a escala de médicos está completa”, comemorou o diretor-presidente do IGESDF, Francisco Oliveira.

Ele ressaltou, ainda, que a prestação de contas realizada na UPA está em consonância com as medidas para aumentar a transparência das informações já adotadas pelo IGESDF, como a publicação periódica dos gastos e da folha de pessoal no site da instituição. “Mas como nem tudo mundo tem acesso à internet, faremos também pessoalmente”, completou.

Dados

De acordo com o relatório apresentado pelo superintendente Financeiro do IGESDF, João Carlos Aguiar, em 2019, o repasse anual previsto para ser pago até dezembro pela Secretaria de Saúde do DF ao IGESDF pela gestão das seis UPAs é de R$ 67.146.829,86.

Para o período de 27 de maio, quando o contrato de gestão foi assinado, até 31 de julho deste ano, o repasse previsto foi de R$ 19.524.964,71. Porém, o valor líquido recebido pelo IGESDF foi apenas de R$ 3.723.815,51 no período.

“Isso porque foram descontados pela Secretaria de Saúde para pagamento da folha de pessoal dos servidores que trabalham nessas unidades R$ 14.712.669,75, que representam 75,35% dos R$ 19 milhões. Mais R$ 1.088.479,45 (5,57%) foi abatidos em razão de contratos da Secretaria ainda vigentes para a compra de medicamentos”, explicou Aguiar.

Segundo ele, com o valor líquido restante de R$ 3.723.815,51, que representou apenas 19,07% do montante inicial, o IGESDF gastou em R$ 998.320,99 para pagamento da folha de pessoal contratado sob regime de carteira assinada para repor a mão de obra. Outros R$ 401.679,88 foram gastos com medicamentos, R$ 1.489.000,12 em infraestrutura e R$ 35.615,24 em hotelaria.Com isso, o saldo de custeio atual restante é de R$ 799.199,19.

Investimento acima da média

Aguiar explicou que, apesar do saldo de custeio atual ainda ser de quase R$ 800 mil do montante para serem usados nas seis UPAs, em uma avaliação individual, duas UPAs ficaram com o saldo no vermelho após a dedução dos valores da SES e das despesas que o IGESDF teve com elas.

A primeira foi a de Ceilândia, que recebeu o valor líquido de repasse de R$ 846.893,99 após os descontos da Secretaria de Saúde. Porém, os gastos somaram R$ 237.497,28 para pagamento da folha de celetistas, R$ 135.500,13 para repor medicamentos em falta, R$ 560.860,06 em infraestrutura e R$ 10.035,70 em hotelaria. Com isso, o saldo ficou negativo em R$ 96.999,18.

“Esse investimento acima da média que gastamos e ainda vamos receber da Secretaria de Saúde permitiu que a UPA de Ceilândia recebesse um incremento de 92 funcionários, mais R$ 135 mil em medicamentos e manutenção completa da infraestrutura e equipamentos”, ressaltou o superintendente.

A segunda unidade com saldo negativo foi a do Recanto das Emas, com saldo negativo de R$ 48.999,09. Neste caso, o valor inicial era de R$ 343.463,75, mas foram gastos R$ 194.102,78 para pagamento de celetistas, R$ 42.581,28 para medicamentos, R$ 150.209,18 em infraestrutura e R$ 5.569,60 em hotelaria.

O recurso que está sendo aplicado em volume superior ao saldo de custeio do período também é com objetivo de cumprir as exigências do Ministério da Saúde para habilitação das UPAs, o que permitirá o recebimento de aproximadamente R$ 500 mil por cada uma delas, equilibrando as contas e oferecendo serviços de qualidade para a população do DF.

“Quando recebemos a missão de assumir as UPAs, identificamos a que mais precisava de investimentos, que foi a de Ceilândia. Nossa atuação foi nos pisos, na infraestrutura, na recomposição de estoques de medicamento. Essa UPA virou modelo para aplicarmos o que fizemos aqui em outras UPAs. Nossa resposta foi à altura do que precisava, mas não vamos parar”, disse o diretor Operacional do IGESDF, General Manoel Pafiadache.

“Vocês conseguiram fazer, em poucos dias o que não fizeram há anos”, comentou o morador de Ceilândia, Rubens Estevão.

Quanto ao custeio do IGESDF líquido recebido para as demais UPAs, o valor foi de R$ 1.001.092,07 para a de São Sebastião, R$ 406.945,34 para a do Núcleo Bandeirante, R$ 483.027,72 para a de Sobradinho e R$ 642.392,58 para a de Samambaia.

As seis UPAs possuem 980 servidores e 350 colaboradores contratados em regime de carteira assinada, totalizando 1330 profissionais para fazer o atendimento à população.

Confira aqui: Prestação de contas UPAs IGESDF

Fonte: IGESDF



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