HB é o único hospital do DF que conta com equipe de transplante em plantão 24h
Por Leilane Oliveira
O Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do Distrito Federal (Iges-DF) apresenta bons resultados nesses primeiros meses do ano em relação ao número de transplantes renais. De janeiro até agora, 10 pacientes foram beneficiados por cirurgias realizadas no Hospital de Base, frente aos seis feitos no ano passado. Um aumento de mais de 80%.
Na Unidade de Nefrologia, a responsável técnica Viviane Brandão, explica que o HB é o único hospital do Distrito Federal que conta com equipe de transplante, com profissionais da Nefrologia e Urologia, em plantões de 24 horas todos os dias.
“Nossos profissionais estão à disposição para dar atendimento aos pacientes que necessitem de transplante a qualquer momento. Sabendo que o rim tem um “prazo de validade” de até 48 horas após sua retirada, precisamos agir rápido quando o órgão surge, por isso, temos equipes treinadas e preparadas à postos”, destaca.
Além disso, Viviane acentua que todo o pronto atendimento dos pacientes transplantados é feito no 9º andar da internação do HB, onde estão os especialistas e unidade semi-intensiva disponível.
“Em geral, se a cirurgia de transplante não teve nenhuma intercorrência, desde o pós-operatório, nossos pacientes seguem direto para a unidade específica. E lá fazemos o acompanhamento personalizado, com monitoramento do nefrologista transplantador. Fora isso, os pacientes transplantados têm prioridades na marcação de exames e temos a grande maioria das especialidades disponíveis no HB, o que nos permite atender os pacientes em conjunto com outros especialistas e, consequentemente, com mais qualidade”, diz.
A nefrologista afirma que, atualmente, são cerca de 70 atendimentos semanais de pacientes transplantados no ambulatório, e que o principal fator que impede que mais cirurgias nesse sentido sejam feitas, é a falta de doadores.
“Temos uma estrutura completa de recursos físicos e humanos no Iges-DF, porém, o temor das famílias ao serem abordadas com a ideia de doação de órgãos ainda é o que mais dificulta que mais vidas sejam salvas e mais pessoas possam viver melhor”, finaliza.
Vida nova
Transplantada no Hospital de Base, a moradora de Vicente Pires, Vera Lúcia Gonçalves, conta que há quase 18 anos comemora uma nova data de aniversário.
“Após diagnóstico de pielonefrite, e perda do funcionamento dos rins, fiz hemodiálise por pouco mais de dois anos, quando fui contemplada com um rim de minha irmã, oito anos mais jovem que eu. Fiz a cirurgia no Hospital de Base em 11 de setembro de 2001 e, desde lá, festejo essa data também. Tudo correu bem, tanto comigo, quanto com minha irmã. E, atualmente, contamos com um atendimento excepcional aqui no HB. A cada três meses venho e faço uma série de exames para acompanhar meu estado de saúde, recebo as medicações que preciso e só posso dizer que estou feliz demais por todo o carinho que recebo”, afirma.
Quase quatro décadas
O Hospital de Base foi o primeiro do DF a iniciar transplantes de rins, em 1982. Desde então, os cirurgiões da instituição realizaram 1242 transplantes, todos registrados em livro arquivado na Unidade de Nefrologia. Atualmente, 120 pacientes atendidos no HB aguardam na fila à espera de rim.
Doação
Há dois tipos de doadores: o vivo e o falecido. O primeiro pode ser qualquer pessoa, desde que não prejudique a própria saúde. Ele pode doar um dos rins, uma parte do fígado, da medula óssea ou do pulmão. Pela lei, parentes até o quarto grau e cônjuges podem ser doadores. Não parentes, só com autorização judicial. O segundo, mais comum, são pacientes com morte encefálica comprovada. Nesse caso, é a família quem deve autorizar a doação. Para que a doação seja concretizada, vários exames são realizados para averiguar se o potencial doador, tem, de fato, uma condição de saúde adequada. Além disso, verificações de compatibilidade são feitas por meio de algumas análises para garantir que o órgão recebido não seja rejeitado pelo paciente transplantado.
Fonte: IGESDF