Por Kleber Karpov
Em um vídeo inusitado, a presidente, interina, do Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos de Saúde do DF (SindSaúde-DF), Marli Rodrigues, chamou atenção de servidores que acompanham a dinâmica do Sindicato. A sindicalista ‘encarna’ uma coaching para ensinar como lidar com B.O.s uma vez que, conforme ponderou, “a vida não tem replay”. PDNews recomenda ao leitor, leia até o final pois os B.O.s são muitos e tem ‘surpresinha’.
“A vida apresenta suas dificuldades e desafios, todos os dias. O que nós não podemos, é deixar ser vencido por essas dificuldades. É lutar todos os dias, sempre com um sorriso no rosto independente da situação que você esteja passando. Porque o importante na vida mesmo é você viver. É você sorrir. É você entender que a vida é sua e você vai ter que resolver esses B.O’s. Portanto, viva a vida. Afinal de contas, a vida não tem replay! Bom dia!”, disse a sindicalista.
Vídeo contém duas partes referente a duas reportagens – Fonte: Cedida ao PDNews
Escárnio
O ‘ensinamento’ de Marli Rodrigues, no entanto, não passou despercebido aos sindicalizados que consideraram um ‘escárnio’ da presidente, interina do SindSaúde, investigadas em diversos processos. Em um desses, o Processo no TJDFT 0701176-32.2022.8.07.0001, que corre na 8ª Vara Criminal de Brasília-DF, sob inquérito policial nº 7/2013, sob investigação por parte da Divisão Especial de Repressão ao Crime Organizado (DECO).
Na ação, Marli Rodrigues figura na condição de réu “em apuração”, porém a acompanham, com indiciados, a filha Maria Luiza Rodrigues do Vale, o genro Hemerson Varlly Soares de Farias, o ex-marido Luiz Ribeiro Vale, além do funcionário do Sindicato, Fábio Luiz Sousa Torres, todos indiciados pela Polícia Civil do DF (PCDF) com denúncia aceita pelo Tribunal de Justiça do DF e Territórios (TJDFT), por prática de crime de furto.
Segundo denúncia do Ministério Público do DF e Territórios (MPDFT), Marli Rodrigues, parentes e um funcionário do Sindicato, “concorreram para a subtração” de R$ 7,93 milhões, ao contrário dos R$ 2 milhões da denúncia original. Em ação penal, proposta pelo MPDFT abrange a sindicalista. que em 11 meses movimentou, sozinha, ao longo de nove meses, R$ 1,09 milhão. Porém, sindicalista segue sem indiciamento por parte da Polícia Civil do DF (PCDF), uma vez que o nome no processo, ainda segue “sob apuração”.
Montante esses, movimentados durante o período de apenas 11 meses, conforme denúncia do Ministério Público do DF e Territórios (MPDFT), dos quase 10 anos que Marli Rodrigues está a frente do SinSaúde-DF. Tempo esse de permanência, por força de Ação em tramitação no Tribunal Regional do Trabalho (TRT) 10a Região, que em decisão recente, tornou sem efeito Assembleia Geral Extraordinária (AGE) de intervenção na entidade, até que o mérito de ação que a colocou na condição de interina tenha o mérito julgado. Investigação essa que conta com indiciamento por parte do Departamento de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado (Draco) da Polícia Civil do DF e alguma pressão do Ministério Público Federal (MPF) para que a investigação andasse.
Escárnio II: Precatórios benefício alimentação
Em apuração junto ao Ministério Público do DF e Territórios (MPDFT), sobre denúncia aceita pelo MPDFT, em 12 de novembro de 2019, sobre a MPDFT, da venda de precatórios do auxílio-alimentação à Cia Tec Toy. Após provocação de PDNews, o Órgão de Controle colocou a Ouvidoria do Órgão de Controle, à disposição para atender demandas dos cerca de 2.400 sindicalizados, que eventualmente precisem de informações, sobre os precatórios do benefício alimentação, comercializados pela direção do SindSaúde-DF, à Cia Toy Brinquedos.
Na denúncia, sob o número MPDFT 08190133219/19-90, à época protocolada por Amarildo de Sousa Carvalho, servidor da Secretaria de Estado de Saúde do DF (SES-DF), diretor e, responsável pela AGE de intervenção da atual diretoria do Sindicato dos Empregados em Estabelecimetnos de Saúde do DF (SindSaúde-DF), o sindicalista cobrava a “retenção indevida de valores percebidos em precatórios judiciais pertencentes aos sindicalizados”.
Resolvendo B.O.s?
O caso chama atenção ainda, porque na última quinzena, sindicalizados passaram a receber, carta registrada do SindSaúde-DF, a convidar os sindicalizados a agendar um horário para comparecer ao sindicato, para tratar do recebimento do benefício.
Segundo fonte de PDNews, que pediu sigilo de identidade, pode ser uma especie de ‘estratégia’ de Marli Rodrigues, nas palavras da coaching, “resolver esses B.O’s”, de forma a tentar evitar mais um indiciamento, também, por dar calote nos servidores que estiveram, pessoalmente, no MPDFT, para reclamar ao não recebimento dos precatórios.
Escárnio III: Mais processos
Com a possibilidade de um B.O. a menos, fato é que a fila é longa. Em outra decisão recente, em desfavor da cúpula do SindSaúde-DF, no processo 0052484-71.2010.8.07.0001, em tramitação na 12ª Vara Civil de Brasília do TJDFT, Marli Rodrigues e Agamenon Viana figuram como réus, na decisão de cumprimento de sentença deferida pela juíza Priscila Faria da Silva, colocou em penhora, um apartamento, em nome de Antônio Agamenon Vianna, situado na Quadra 02 do Setor Residencial Leste de Planaltina.
Escárnio IV: Marli Rodrigues, a indiciada
A ‘novidade’, muito embora é que desde 2023, Marli Rodrigues também figura como indiciada pela 5a Delegacia da PCDF, pelos crimes de Apropriação Indébita e Contra o Patrimônio. Isso, em Inquérito Policial originado no Boletim de Ocorrência n. 128.789/2019, em que figura como réu, também o ex-presidente e tesoureiro do SindSaúde-DF, Antônio Agamenon Torres Vianna. Indiciamento esse, proveniente do Processo 0733691-57.2021.8.07.0001, até poucos dias, sem conhecimento do público.
Reincidência ou, em tempo…
O caso chama atenção pois, o referido processo, há anos, sofre uma espécie de efeito ‘ping-pong’, em que, desde 2021, as cargas processuais são encaminhadas ao MPDFT, retornam ao TJDFT e do Tribunal segue à PCDF, sempre com pedido de prorrogação de prazos e concessões por períodos de 90 dias.
Mas, o processo em questão, que trata de denúncia de apropriação indébita, uma vez que o Sindicato descontava recursos do denunciante e deixava de repassar contribuição sindicato ao Sindicato dos Trabalhadores em Estabelecimentos Sindicais do DF (Sintes-DF) e isso talvez possa ajudar nas investigações, não se trata de caso isolado. Afinal, Marli Rodrigues, é famosa por descontar recursos de funcionários e deixar de repassar ao destinatário.
Não por outro motivo, em 2013, o SindSaúde-DF recebeu multa de R$ 7,5 milhões, por parte do Ministério Público do Trabalho (MPT), após denúncia de cerca de 40 funcionários demitidos que descobriram a apropriação indébita, não apenas referente ao Sintes-DF, mas também de Imposto de Renda Retido na Fonte (IRRF), Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS).
Multa essa aplicada porque, com a denúncia, o MPT constatou que o SindSaúde-DF, havia deixado de cumprir um Termo de Ajuste de Conduta (TAC) de outras apropriações indébitas.
Evolução ou: Quem te viu, quem te vê
Fato é que, de colecionadora de B.O.s, hipoteticamente resolvidos pela ação do tempo, ou de forças ocultas e protetoras, Marli Rodrigues, após deixar tal escárnios aos profissionais de saúde, uma vez que na versão da coaching. “a vida não tem replay”, deixa algumas pérolas aos profissionais de saúde.
Uma delas a ser abordada em outra matéria, relacionada a Ford Ranger, que segundo fonte de PDNews, tem valor estimado em mais de R$ 300 mil, aquisição essa, em nome de enteada, após ter se desfeito de Hilux e outras máquinas. Mas isso será fruto de outra reportagem com a evolução patrimonial que a Draco investigou sobre Marli Rodrigues que envolve carros, laboratório, clínicas.
Para finalizar nessa, PDNews deixa a última novidades, ao lado de pessoas ilustres, da sociedade brasiliense, Marli Rodrigues esteve entre os agraciados com a Medalha do Mérito Ernesto Silva, que representa a mais alta honraria concedida pelo Rotary Club de Brasília, a personalidades, nas palavras do presidente da entidade, o jornalista Toni Duarte pelas “contribuições individuais e coletivas voltadas à Brasília e ao povo brasileiro. O nosso clube entendeu, que todos vocês, com suas ações e comprometimento social, refletem os valores que Ernesto Silva defendeu.”.
Honraria essa também concedida a personagens, de fato, respeitados e ilustres do Distrito Federal, a exemplo da vice-governadora do DF, Celina Leão (Progressista), do vice-presidente do TJDFT, Roberval Belinati, o deputado distrital, Roosevelt Vilela, o Desembargador do TRF, Roberto Veloso, o presidente do BRB, Paulo Henrique Costa.