Por Polyana Resende
Uma fiscalização do Tribunal de Contas do Distrito Federal (TCDF) constatou que a falta de insumos e medicamentos no Hospital Materno Infantil de Brasília (Hmib) pode ter atrasado a realização de cirurgias como a histeroscopia diagnóstica, indicada para detecção de câncer de endométrio.
O relatório de inspeção do Tribunal de Contas do DF revelou que o hospital apresenta ausência recorrente de itens como luvas, toucas, máscaras e remédios. Segundo o documento, a aquisição emergencial desses insumos só tem início após o consumo total dos estoques. Já o tempo de espera médio, entre a solicitação de aquisição dos itens e o seu recebimento, é de quase cinco meses.
A vistoria realizada pelo TCDF apontou que os centros cirúrgicos das áreas de ginecologia e obstetrícia do Hmib também sofrem com escassez de equipamentos e falta de manutenção, já que poucos estão cobertos por contrato de manutenção regular.
Durante a fiscalização, um questionário foi aplicado aos profissionais que atuam nas áreas de ginecologia e obstetrícia a fim de avaliar as condições, bem como a disponibilidade dos equipamentos e insumos necessários para os atendimentos. Mais de 60% dos profissionais entrevistados responderam que o Hmib apresenta falta recorrente de algum insumo e que tal situação pode impactar negativamente nos atendimentos prestados.
Essa fiscalização realizada pelo Tribunal apurou impropriedades apontadas em três representações do Ministério Público de Contas (MPC-DF). Segundo uma das denúncias, a fila de espera do grupo prioritário para a histeroscopia diagnóstica demorava cerca de um ano, devido à falta de óticas de histeroscopia. O instrumento é essencial para a realização do procedimento que identifica alterações e doenças intrauterinas, como miomas, pólipos, sinéquias, câncer de endométrio e sinais de endometrite crônica (Processo 00600-00012917/2022-01).