Intervenção no DF: Por que não?



Por  Francisco Lima Júnior

No ano de 2009, com a até hoje mal explicada Operação Caixa de Pandora, pelo Polícia Federal, afastando um governo com mais de 2 mil obras em andamento, com aprovação do gestor entre as maiores do país e com a quase certa renovação do governo ainda no primeiro turno, instalou-se no DF um fantasma que não conhecíamos e que deu muito trabalho para dele nos livrarmos: A intervenção federal no DF.

Foram dias de angústia, com mais de um governador no plantão. Tendo o ciclo sido encerrado nos cem dias de “malabarismo” de Rogério Rosso à frente do GDF para, finalmente, sepultar o fantasma da intervenção.

O governo que o sucedeu foi avaliado pelo eleitor como não merecedor de continuar, e já no primeiro turno foi dispensado.

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Mesmo assim, questões jurídicas não muito claras associadas a ameaça do retorno do velho fantasma proporcionaram ao eleitor do DF não um processo de “eleição”, que significa no sentido clássico a escolha do melhor, mais sim um processo de “exclusão”. Ou seja, escolhem o menos pior, ainda segundo a ciência política. Pesquisas veiculadas nos veículos de comunicação apontam isso, reforçadas pelas matérias diárias de moradores revoltados, nos mesmos veículos.

Estabelecido um governo claudicante, sem ideias, propósitos e projetos compreensíveis à população, sem a capacidade de compor uma base aliada na CLDF a ponto de evitar repetidas derrotas na Casa, ressurge na mente de alguns, diante do quase convencimento de que esta gestão não avançará, sequer, na sua incapacidade em cumprir promessas de campanha, o fantasma de uma provável intervenção federal no DF, como forma de corrigir a gestão temerária da saúde pública e nos diversos setores da máquina governamental.

Muitos, então, se perguntam: se o cenário hoje é verdadeiramente mais devastador do que o de antes porque não se deu ainda tal intervenção?

Muito provavelmente pelo fato de que o governo federal vive hoje uma crise política, financeira, ética e de gestão muito mais grave do que a vivida em nosso “quadrado”.

Nesse caso o problema, talvez, não seja “mais embaixo”. E sim, “mais acima”. O governo federal, mergulhado no mar profundo de corrupção, da total ausência de ética e tudo mais que deveria ter, sequer pode perceber e colaborar com os estragos abaixo dele, por mais graves que sejam e mais danosos à nossa população.

Associe-se, a tudo isso, a preocupante judicialização da política ou a politização do judiciário.

Francisco Lima Jr.(48), Jornalista, Cientista Político pela UnB, Professor de Jornalismo nas Faculdades Icesp/DF, titular do www.blogdoprofessorchico.com.br, blogueiro colaborador na Agência Política Real, Colaborador no Programa Diário Brasil, na TV Gênesis e Presidente da Associação Brasiliense dos Blogueiros de Política (ABBP). [email protected]

Fonte: Blog do Professor Chico



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