IPREV: Bomba relógio na previdência



O governo Rollemberg age de forma temerária ao apresentar como única solução para a quitação de obrigações – sejam elas de qualquer natureza – outro saque do caixa do Fundo Previdenciário do Instituto de Previdência dos Servidores do Distrito Federal (Iprev-DF). “Com um novo desfalque, ele armou de vez uma bomba relógio que pode destruir a aposentadoria dos servidores públicos do Distrito Federal em médio e longo prazos”, aponta o presidente do Sindicato dos Médicos do Distrito Federal (SindMédico-DF), Gutemberg Fialho.

O atual governo parece que ignorar que o Iprev-DF não é uma empresa estatal de propriedade do governo, mas um instituto que administra o dinheiro da aposentadoria de milhares de servidores – não é e nunca foi dinheiro desse ou de qualquer outro governo.

O superávit do Fundo Previdenciário do Distrito Federal (DFPREV), usado como justificava para a apropriação dos R$ 493 milhões, existe porque concentra as contribuições dos servidores que ingressaram no serviço público do DF a partir de janeiro de 2007. Se esses recursos forem gastos agora e com baixa perspectiva de contratação no setor público, as aposentadorias podem ser inviabilizadas em um prazo de 20 anos.

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Esse cálculo de superávit já leva em conta uma operação de transferência de imóveis – vedada pela Portaria no 402/08, do Ministério da Previdência Social – cuja avaliação segue pendente e sequer foram incorporados ao patrimônio do Iprev-DF. O governo, no entanto, dá como quitado o saque de R$ 1,2 bilhão realizado em 2015.
A aplicação dos recursos da Previdência dos servidores do DF deve seguir um plano anual elaborado, por força de lei por profissionais qualificados para esse fim e aprovado pelo Conselho Administrativo do Instituto. Não compete à Secretaria de Fazenda a alteração do plano de investimentos.

A elaboração do plano de investimentos dos Regimes Próprios de Previdência é regulada pelo Conselho Monetário Nacional e a aplicação dos recursos deve seguir os limites estabelecidos para os segmentos de renda fixa, imóveis e renda variável. Qualquer investimento deve ser feito de acordo com o interesse do Fundo de Previdência, com garantia das condições de segurança, rentabilidade, solvência, liquidez e transparência. Nada disso foi observado pelo GDF. O caso recente da queda abrupta e vertiginosa das ações da Petrobras é um exemplo do risco na operação proposta pelo governo.

Para o Sindicato dos Médicos, a operação financeira proposta pelo governo do DF, com “devolução” dos recursos em ações do Banco de Brasília, se assemelha às pedaladas fiscais que levaram ao impedimento da ex-presidente Dilma Rousseff.

Caso seja detectada irregularidade nessa operação, o Distrito Federal perde o Certificado de Regularidade Previdenciária e fica impedido de receber transferências voluntárias de recursos pela União; de celebrar acordos, contratos, convênios ou ajustes, de empréstimos, financiamentos, avais e subvenções em geral de órgãos ou entidades da administração direta e indireta da União; e de obter recursos de empréstimos e financiamentos por instituições financeiras federais.

“A rapidez com que se deu o anúncio do déficit e o encaminhamento de projeto de lei à Câmara Legislativa mostra que não se trata de uma medida emergencial, mas uma medida planejada”, critica Gutemberg Fialho. A medida reafirma a incapacidade administrativa, aumenta a insegurança jurídica e novamente afronta do Poder Legislativo.

Fonte: SindMédico



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