Partido perde mais um nome de peso
Por Kleber Karpov
Vice-presidente do Sindicato dos Auxiliares e Técnicos em Enfermagem do DF (Sindate-DF), Jorge Vianna, entrega carta de desfiliação do Partido Social Democrático (PSD-DF). Candidato à uma vaga para deputado distrital, Vianna obteve 7.331 votos e foi o mais votado do partido nas eleições de 2014, ficando com mais de 50% de diferença dos votos em relação ao segundo candidato mais votado pelo Partido, o ex-deputado distrital, Milton Barbosa.
No anúncio feito por meio da rede social Facebook, Vianna explica o motivo da saída do PSD.
Meus amigos, amigas e familiares, da mesma forma que vim para o facebook falar da minha filiação no PARTIDO SOCIAL DEMOCRÁTICO-PSD venho informar minha desfiliação.
Senhor presidente do PSD Rogério Rosso.
Agradeço a grande oportunidade de ter participado do projeto eleitoral de 2014, o qual nossa sigla, inovadora, teve sucesso na corrida política, uma vez que conseguimos eleger um deputado federal, um vice governador e a vaga de suplente do senador. Tudo isso graças aos esforços de todos nós do PSD. Aprendi e aprendo política com quem a faz de maneira clara e sincera, sem demagogias e falsos moralismos, e isso me faz ser crítico e não se curvar às opiniões distoantes do meu carácter.
Minha trilha política está sendo pautada naquilo que acredito e defendo, e não posso esquecer jamais dos meus valores e bandeiras, afinal, trabalho e defendo o labutador. Seguirei defendo os interesses dos nossos trabalhadores, bem como, da nossa sociedade, a qual não merece passar por tanto descaso pelas autoridades. Torço pelo seu sucesso e dos demais eleitos correligionários pelos seus esforços e com nossa ajuda, e comunico minha desfiliação por motivos pessoais.
Jorge viana
Descontentamento
Nas entrelinhas a mensagem embora educada, deixa claro o descontentamento de Vianna em que se é possível perceber duras críticas em relação ao tratamento recebido, ou que deixou de receber, por parte do PSD. Isso por ter ajudado a eleger o presidente da legenda, Rogério Rosso a deputado federal, além dos atuais chefes do Executivo, por força de coligação partidária, o governador, Rodrigo Rollemberg (PSB) e o colega de partido, o vice-governador, Renato Santana (PSD).
As tensões criadas em torno da não incorporação das gratificações, previstas em Leis as 32 carreiras do funcionalismo público que coincidiu com o anúncio por parte de Rollemberg de investimento de R$ 5 bilhões em obras é um bom exemplo disso. Vale observar que à época os auxiliares e técnicos em enfermagem foi a primeira categoria da Saúde a aderir à greve e a última a deixa-la, sem que houvesse alguma tentativa de o PSD, da base do governo, interceder para tentar evitar o movimento paredista.
Carisma
Ao deixar o PSD a legenda que recentemente perdeu o senador Hélio José, para o recém-criado, Partido da Mulher Brasileira (PMB) que agora desembarcou no PMDB. Vianna chegou a ser anunciado para compor a Comissão Executiva do PMB no DF, mas ainda não definiu se deve se filiar no momento a outro partido político.
Com a desfiliação o PSD perde uma liderança sindical e um nome que promete no cenário político do DF. Isso porque Vianna conta com o carisma da maior categoria de servidores da Saúde do DF, composta por auxiliares e técnicos em enfermagem que atualmente ultrapassam 14 mil servidores somente na Secretaria de Estado de Saúde do DF (SES-DF). A entidade também conta com amplo apoio de profissionais da rede privada e a base do Sindate-DF, atualmente, ultrapassa todas os demais sindicatos do DF com mais de 6 mil trabalhadores.
Um dos principais motivos dessa afinidade está relacionado a oposição de Vianna em relação aos interesses dos trabalhadores tanto na gestão do ex-governador, Agnelo Queiroz (PT) quando na atual, no governo Rollemberg.
O Sindicalista também representa entidade ligada aos profissionais de enfermagem em âmbito nacional, a exemplo da Federação dos auxiliares e técnicos de enfermagem, além de dar consultoria a entidades sindicais em vários estados brasileiros.
Confira a carta de desfiliação