Parlamentar questionou se conferências servem apenas para filosofar sobre deliberações, além de apontar descumprimento da Lei do SUS que estabelece saúde do trabalhador da saúde
Por Kleber Karpov
O deputado distrital, Jorge Vianna (Podemos), participou, na manhã desta quarta-feira (5), da abertura da 10ª Conferência Distrital de Saúde. O evento discute os rumos da saúde pública do DF, a partir de propostas elaboradas nas conferências regionais de Saúde, realizadas durante o mês de abril, com a finalidade de melhorar o Sistema Único de Saúde (SUS). Durante a conferência, Vianna abordou a necessidade de se respeitar as diretrizes estabelecidas pelo SUS e pediu, também, a valorização dos profissionais de saúde.
Ao se manifestar, Vianna criticou a falta de efetividade a aplicação das deliberações das conferências de saúde ao abordar a 15ª Conferência Nacional de Saúde, realizada em 2015. O deputado lembrou que nela, ficou estabelecido a não contratação de Organizações Sociais (OSs) e da privatização da Saúde Pública. No entanto, o DF passou, os últimos quatro anos, sob ameaças e tentativas, por parte do governo, de implantar OSs.
“Foi falado não às OS, não às privatizações, mas mesmo assim, nós tivemos a ameaça de OSs no governo passado. De um governo que atropelou todas as deliberações do Conselho. Então, de fato, o conselho está funcionando para a gestão, ou está apenas filosofando sem efetividade, porque não há um respeito das autoridades em relação aos Conselhos? Isso é muito grave.”, ponderou.
O parlamentar destacou, ainda, a necessidade de se respeitar o que preconiza a Lei do SUS, ao citar o Artigo sexto, Alínea C, da Lei nº 8080/90, do SUS, que trata da saúde do trabalhador, algo, segundo Vianna, ignorado na saúde pública.
“Valorizar o SUS, querer defender a bandeirar do sus é defender a bandeira do trabalhador. Porque os nossos trabalhadores estão morrendo, em condições precárias, mas o discurso é único: – Vamos valorizar o SUS. Como você vai valorizar uma empresa sem valorizar seus funcionários, não bate. É uma equação que não vai bater nunca. Se a gente quer realmente se envolver, valorizar o SUS, temos que começar pelo começo, que são os trabalhadores. Não se faz saúde pública, sejam servidores, serventuários, trabalhadores, voluntários, ou sacerdócios, que são os conselheiros ”, disse.