Por Anna Araujo
O deputado distrital Jorge Vianna, realizou nesta segunda-feira (31/05) uma audiência pública remota com sindicatos de todo o país que representam os profissionais de enfermagem – auxiliares e técnicos, para tratar das condições de trabalho, políticas públicas e piso salarial.
Durante o debate, que envolveu dez sindicatos, os participantes foram unânimes em concordar que há muito o que precisa ser feito pela categoria, e deram depoimentos parecidos da realidade de seus estados, demonstrando que os problemas enfrentados pela enfermagem no país são os mesmos, principalmente com relação às péssimas condições de trabalho em que são submetidos e aos baixos salários.
A média salarial apresentada pelos sindicalistas ficou entre R$ 777,00 em Pernambuco e R$ 1.300 em Rondônia, o que indignou o deputado Jorge Vianna. “Não é possível que os governos estaduais, municipais e empresas particulares tenham coragem de pagar estes salários aos nossos profissionais, isso sim é uma vergonha nacional”, diz o deputado, que reforçou a importância da aprovação do PL 2564/2020, onde estabelece um piso salarial único, que tem sido aguardado há anos pela categoria.
Outro ponto muito debatido entre os participantes foi a falta de concurso público em vários estados, sendo implementado as Organizações Sociais – OS’s, o que é criticado pelos sindicalistas, como é a caso da presidente do sindicato dos Auxiliares e Técnicos de Enfermagem do Rio de Janeiro, Mirian Lopes, que relata os péssimos salários pagos por estas empresas. “É uma vergonha a categoria que carrega a profissão nas costas ter que fazer um esforço inaudito para ter direito ao piso fixo”, desabafa.
O deputado Jorge Vianna chamou a atenção para a dificuldade de recebimento da insalubridade, que segundo ele, deveria ser paga no grau máximo devido à exposição que estes profissionais estão tendo agora na pandemia. “Os profissionais de saúde deveriam receber o teto da insalubridade, principalmente pelos relatos da péssima qualidade dos EPI’s que são fornecidos, deixando a categoria ainda mais exposta e com alto risco de contagio”, aponta o parlamentar.
Como deliberação da audiência pública, o deputado propôs enviar uma nota de repúdio ao governo de Pernambuco, chamando a atenção pelo salário mais baixo pago aos profissionais de saúde do país, o que foi validado pelos participantes.
Participaram da audiência pública os representantes do Acre (SPATE-AC), Alagoas (SETE-AL), Bahia (SINTEFEM-BA), Distrito Federal (SINDATE-DF), Goiás (SIENF-GO), Pernambucano (SATEN-PE), Piauí (SENATEP-PI), Rio de Janeiro (SATEN-RJ), Rondônia (SINDE-RO) e Tocantins (SEET-TO).