Por Ziidenor Ferreira Dourado
Em depoimento à CPI da Saúde, na manhã desta quarta-feira (17), o jornalista Caio Barbieri ressaltou que “por dever de cidadão” levou as denúncias feitas pelo ex-subsecretário de Infraestrutura e Logística do GDF, Marcos Júnior, de existência de um “cronograma da corrupção” ao conhecimento do superior imediato, o chefe da Casa Civil, Sérgio Sampaio e também ao então diretor da Polícia Civil, Eric Seba. Barbieri confirmou também a autenticidade da conversa que fora gravada pela presidente do SindSaúde, Marli Rodrigues, com a participação dele, na qual eles ouviram em detalhes a denúncia apresentada por Marcos Júnior.
Coube ao deputado Wasny de Roure (PT), membro da CPI, fazer quase todas as perguntas dirigidas ao jornalista, que deixou muitas informações consideradas relevantes pelo distrital para serem feitas em reunião reservada, ao final do depoimento público na CPI. A proposta foi uma orientação do advogado de Barbieri acatada em acordo feito com o presidente da Comissão, Welllington Luiz (PMDB), e demais membros.
Entre as questões a serem respondidas em sigilo, por exemplo, ficaram o detalhamento se o jornalista sabia da participação de empresas e políticos no suposto esquema de favorecimento de pagamento de contratos, no âmbito da Secretaria de Saúde.
Caio Barbieri também deixou para responder na “reunião reservada” se tinha informações sobre denúncia apresentada pelo ex-subsecretário de que houve destinação de recursos do suposto “esquema” para aplicação da reforma na residência oficial do governador Rodrigo Rollemberg.
Logo no início da oitiva, o jornalista, que foi exonerado da Secretaria de Esporte e Turismo, após a divulgação da gravação envolvendo o vice-governador Renato Santana, afirmou que não fora informado pela sindicalista de que a conversa da qual participara estava sendo gravada, mas desconfiou que sim. Ele confirmou que já trabalhara antes como “free lancer” para o SindSaúde e admitiu também que manteve encontros com o ex-secretário de Saúde, Fábio Gondim, para tratar de questões relativas à pasta.
Complô
Indagado pelo deputado Reginaldo Veras (PDT) se considerava “séria” a investigação feita pela presidente do SindSaúde, Marli Rodrigues, o jornalista respondeu que “sim” e explicou que, como cidadão, levou o caso para apuração pela Defensoria Pública, por acreditar no trabalho do defensor André Moura. O deputado Lira (PHS) indagou se ele acreditava que o governador poderia estar sendo vítima de “complô. O jornalista disse que não.
Novos depoimentos
Está confirmada para amanhã (18), às 10h, no plenário, a oitiva do ex-secretário de Saúde do DF, Fábio Gondim. Já na sexta-feira (19) será a vez do depoimento do ex-subsecretário de Administração Geral do GDF, Marcelo Nóbrega.
Fonte: CLDF