Brasília tem uma das melhores opção de lazer do Centro-Oeste: o Lago Paranoá. Neste feriado prolongado de Corpus Christi, quando a temperatura na capital deve passar dos 27°, nada como um bom mergulho nas águas frias do Paranoá para driblar o calor e se refrescar.
O que não falta é espaço e água limpinha. O espelho d’água do Paranoá se espalha por 48 quilômetros quadrados, abraçando a cidade de norte a sul. Nada menos do que 95% das áreas públicas às margens do lago são balneáveis, segundo a Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (Caesb). Ou seja, são águas apropriadas para banho e atividades esportivas. Pode nadar, mergulhar e remar sem medo de contrair doenças. Entre essas áreas, as mais procuradas são a orla da Ponte JK e as prainhas da Ermida Dom Bosco e da Praça dos Orixás.
Nos outros 5% das áreas que margeiam o Paranoá, quem entrar nas águas desses locais corre sério risco de se contaminar. Isto porque, elas estão perto de Estações de Tratamento de Esgoto (ETEs) da Caesb. Essas estações coletam o esgoto e devolvem ao lago água tratada. Mesmo tendo passado por tratamento, a água próxima à ETE contém impurezas, sendo, portanto, inadequada até mesmo para lavar as mãos.
Qualidade monitorada
Para avaliar e acompanhar a qualidade da água, a Caesb tem um Programa de Balneabilidade. Esse programa compreende nove locais de avaliação e 34 pontos de monitoramento. Todas as semanas, faça chuva ou sol, equipes da companhia entram no lago para colher amostras. Medições de pH da água são feitas no próprio local, enquanto o material coletado para a análise de coliformes fecais é enviado ao Laboratório da companhia.
O resultado das análises pode ser acompanhado no Mapa de Balneabilidade, no portal da Caesb. A mais recente avaliação, feita no dia 21 de maio, mostra que estão impróprias para banho e consumo as águas próximas à ETE do Lago Norte, à ETE do Lago Sul, a área perto ao Serviço de Limpeza Urbana (SLU) na Asa Sul e o piscinão do Lago Norte. O restante está liberado.
O Programa de Balneabilidade integra a política adotada pela Caesb desde 1990 para recuperar e manter a qualidade das águas do Paranoá, que à época foi gravemente prejudicada pelo excesso de aguapés e deficiência da rede de captação e tratamento. Investimentos milionários foram feitos, especialmente na ampliação das Estações de Tratamento de Esgoto Sul e Norte.
Orgulho brasiliense
A recuperação do lago continua com novos investimentos na modernização do sistema de captação e tratamento do esgoto doméstico que chega ao Paranoá. Recursos investidos na ampliação da rede de coleta, na aquisição de máquinas e equipamentos, em tecnologia e em capacitação dos empregados da Caesb. Tudo para melhorar a
saúde do Paranoá. E melhorou. “Hoje, sem dúvida, temos um lago bem mais saudável do que tínhamos há uma
década”, garante Luís Antônio Reis, presidente da Caesb, ressaltando que os mais de 800 ensaios diários feito pelo Laboratório da companhia atestam essa qualidade. Mas
Reis também usa outros exemplos que confirmariam a saúde do lago.
“A maior prova da qualidade da água do Paranoá são as espécies que hoje vivem no lago, como camarões e capivaras, que antes não apareciam”, aponta. “Hoje, podemos dizer sem medo de errar: a nossa água é a melhor do Brasil. É orgulho de Brasília”.