Mais oito leitos são fechados na UTI do Hospital de Santa Maria



Com previsão de término de contrato para este mês, sem pagamentos, médicos pedem demissão e unidade fica sem mão de obra para atendimentos

Por Kleber Karpov

Na tarde desta quinta-feira (15), o Hospital Regional de Santa Maria (HRSM) bloqueou oito leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTIs). De acordo com fonte que pediu para não ser identificada, o fechamento ocorreu em decorrência de atrasos de pagamento da Secretaria de Estado de Saúde do DF (SES-DF) à empresa Intensicare.

 “Os médicos estão pedindo demissão pois o governo não pagou a Intensicare e eles estão com os pagamentos em atraso.”, disse ao observar que o contrato com a Empresa deve terminar em 22 desse mês.

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De acordo com a fonte o HRSM atualmente conta com apenas 50 ativas, embora a Intensicare receba por 100 dos leitos instalados na unidade. “Com os leitos bloqueados a população contam agora com apenas metade dos leitos contratados, embora a empresa receba integralmente pelas 100 unidades contratadas.”, frisou.

A fonte observa ainda que os oito leitos bloqueados estavam alocados na UTI 4, localizada no segundo andar do HRSM e, por ordem da supervisão, com o bloqueio das unidades, os pacientes foram transferidos para o quinto andar.

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Resquício de OS

Considerada uma espécie de apêndice de Organização Social (OS), uma vez que a Intensicare atua no HRSM desde a época da Real Sociedade Espanhola, OS responsável pela gestão do HRSM em 2009, que teve contrato cancelado por força de intervenção do Ministério Público do DF e Territórios (MPDFT), após comprovado a prática de corrupção na unidade.

Desde então a Intensicare sobrevive de contratos emergenciais e há anos, a empresa, não atende contratualmente a integralidade de leitos contratados.

Referencial

Isso aponta uma discrepância no modelo de gestão que o governador, Rodrigo Rollemberg tenta emplacar na gestão da Saúde do DF, inicialmente, por meio das Unidades de Pronto Atendimento (UPAs).

O governo tenta aprovar o Projeto de Lei (PL) no  1.186, na Câmara Legislativa do DF (CLDF), a possibilidade de o GDF contratar OSs de outras unidades da federação para gerir a Saúde do DF, sob o discurso de atendimento eficiente.

No entanto, o que o governo aponta por referência e a própria Intensicare podem representar uma demonstração de que, uma vez contratadas, a ‘lei’ dos termos aditivos devem reinar, sob pena de essas OSs, paralisarem ou reduzirem o atendimento à população.

Por esse prisma vale lembrar que o Hospital da Criança de Brasília José de Alecar (HCB), sob gestão do Instituto do Câncer Infantil e Pediatria Especializada (ICIPE) é apontado como referência em gestão por meio de OSs. No entanto o governo não divulga ou explica a fila do Sistema de Regulação para o HCB, de quase 20 mil crianças que aguardam atendimento naquele Hospital, com fila de espera que pode superar um ano e meio.

A outra parte

Aguarde mais informações sobre posicionamento da SES-DF.



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