Mandetta deixa Ministério da Saúde a pedido de Bolsonaro



Empenhado para tentar impedir colapso do sistema de saúde Mandetta lidava com desgastes ao enfrentar resistências por parte de Bolsonaro que defende flexibilização com isolamento social. Nome de oncologista Nelson Teicho deve ser anunciado por Bolsonaro

Por Kleber Karpov

Na tarde desta quinta-feira (16/Abr), o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, foi exonerado pelo presidente Jair Bolsonaro. A exoneração ocorre, em meio a crise da pandemia do coronavírus (Covid-19). No entanto, a exoneração ocorre devido a divergências de Mandetta, médico por formação, com premissas defendidas por Bolsonaro.

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Em publicação, por meio do microblog Twitter, Mandetta comunicou a exoneração do cargo de ministro da Saúde. “Acabo de ouvir do presidente Jair Bolsonaro o aviso da minha demissão do Ministério da Saúde. Quero agradecer a oportunidade que me foi dada, de ser gerente do nosso SUS, de pôr de pé o projeto de melhoria da saúde dos brasileiros e de planejar o enfrentamento da pandemia do coronavírus, o grande desafio que o nosso sistema de saúde está por enfrentar.”.

Crise

A frente do MS, Mandetta, além de lidar com a crise com a Covid-19, é obrigado a bater de frente com interesses por parte de Bolsonaro. Uma das divergências, relativa à própria pandemia do coronavírus, ao tentar inserir a administração de hidroxicloroquina e cloroquina, na fase inicial  – ainda nos primeiros cinco dias – de pessoas diagnosticadas positivamente, com a infecção.

Porém, embora o Ministério tenha definido o uso dos medicamentos no Sistema Único de Saúde (SUS), os protocolos definem que aconteçam, somente em condições em que médicos avaliem como graves, os casos dos pacientes.

Os medicamentos, utilizados para tratamento de casos  de doenças a exemplo de malária e lúpus, não têm respaldo científico que comprovem a eficácia para a cura da covid-19, além de ser considerados sensíveis, para tratar pessoas infectadas com coronavírus, dados os efeitos colaterais, cardiológicos, renais, oftalmológicos e pancreáticos. Motivos esses que levam médicos e entidades a vetarem o uso da cloroquina para tratamento da doença.

Uma segunda divergência apontada por Bolsonaro, se relaciona a crise econômica. O presidente defende a flexibilização do isolamento social, quando Mandetta, por sua vez, defende que tal medida pode acelerar o colapso do sistema de saúde brasileiro.

O reflexo da crise pode ser percebido em saídas, em que Bolsonaro faz contato aberto com a população, sem tomar os devidos cuidados. Iniciativas essas questionadas, indiretamente, por Mandetta, em entrevista concedida ao Fantástico no domingo (12/Abr). O que resultou em novos rumores de possível exoneração do ministro, ainda nessa semana.

Atualização: 16/04/2020 às 16h44 para inclusão de novas informações



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