Marcelo Rebelo, presidente português, reconhece culpa de Portugal por escravidão no Brasil e sugere reparação

Rebelo de Sousa reconhece importância do reconhecimento e da indenização aos países subjugados ao domínio português na prática de escravidão transatlântica na era colonial



Por Kleber Karpov

O presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, reconheceu, na terça-feira (23/Abr), a responsabilidade do país em relação a crimes cometidos durante o regime de escravidão transatlântica e na era colonial, além de sugerir a necessidade de reparações.

“Temos que pagar os custos”, disse Rebelo de Sousa ao lembrar da impunidade em relação a escravidão no Brasil. “Há ações que não foram punidas e os responsáveis não foram presos? Há bens que foram saqueados e não foram devolvidos? Vamos ver como podemos reparar isso”, ponderou o presidente Português ao salientar que “Pedir desculpas é a parte mais fácil”, concluiu o presidente.

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Durante a fala, Rebelo de Sousa pontuou ainda que Portugal deveria ter se desculpado a mais tempo pela prática de escravidão transatlântica e pelo colonialismo, mas o país deixou de se desculpar completamente pelos atos.

Tráfico de escravos

Portugal traficou cerca de 6 milhões de africanos, número acima de qualquer outra nação europeia. Na era colonial, países a exemplo de Angola, Moçambique, Cabo Verde e Timor Leste e ainda parte da Índica foram submetidos ao domínio português, algo visto com orgulho pelo país.

Porém, como bem lembrou Rebelo de Sousa, ao endossar que Portugal “total responsabilidade” pelos erros do passado, que o país ainda não conseguiu confrontar, além de não repercutir tais erros às gerações futuras por deixar de ensinar sobre a escravidão transatlântica nas escolas. Crimes esses, que segundo o presidente português,  tiveram “custos”.

Reparação

Rebelo de Sousa assume uma postura que avança em outros países, em relação a necessidade de reconhecer e indenizar países em que os povos foram submetidos a prática da escravidão. Medidas essas que inclui o esforço de se estabelecer um tribunal especial para lidar com a questão.

 

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