Profissional foi cedido, usando banco de horas, para atender no Amazonas
Por Johnny Braga
Em meio à pandemia global do novo coronavírus, os profissionais de Saúde têm enfrentado grandes desafios para oferecer o melhor tratamento possível a todos os pacientes da Covid-19. Acostumado com os desafios que a carreira médica traz cotidianamente, o médico emergencista Isaac Sanglard encarou mais um, entre os tantos que surgem na sua vida profissional: atuar voluntariamente, por dez dias, na cidade de Manaus, no Amazonas.
Atuando há quase dois anos na Emergência do Hospital Regional de Taguatinga, e sempre atendendo casos graves que surgem a cada plantão, Isaac optou por trocar um possível descanso da rotina de trabalho, em que poderia usufruir no banco de horas positivas, para salvar vidas juntando-se à equipe da Força Nacional do Sistema Único de Saúde.
“Me perguntam se é verdade o que está sendo retratado todos os dias pela imprensa. Eu digo: é verdade! É isso tudo mesmo”, afirma. Ele conta que com o passar dos dias os insumos foram diminuindo e no último plantão já não havia ventilador para todos os pacientes. “Cheguei ao ponto de escolher quem usaria o ventilador”, lembra.
Rotina
Isaac atuou no Hospital Delphina Aziz, unidade-referência no atendimento a pacientes com coronavírus na capital do Amazonas. A decisão de embarcar para outra cidade partiu dele e recebeu apoio da direção do HRT. “Me cadastrei e fui convocado para me juntar à segunda equipe da missão. Cheguei lá no dia 23 de abril e trabalhamos dia sim e dia não”, relembra.
Para o diretor do HRT, Wendel Moreira, o médico “é um profissional acima da média e foi heroica a atitude dele de se dispor a enfrentar esse grande desafio em um cenário, até então, desconhecido. Ele é um grande emergencista, chamou para si a responsabilidade, mostrou grande valor como profissional e voltou de lá enriquecido de novas experiências. Sem dúvidas, todos ganhamos com isso”, destaca.
Aprendizado
“Depois dessa experiência, me considero melhor preparado para lidar com a Covid-19. Eu estava lá, participei e ajudei de alguma forma. É uma situação de calamidade, completamente nova. São protocolos que ainda não estão bem definidos, uma doença nova. Cheguei lá (em Manaus) em uma situação de incerteza na qual você tem que se adaptar e precisa pensar e agir rápido”, afirma o emergencista.
O médico aproveita e orienta a população a ficar em casa. “Se cuidem, fiquem em casa e saiam somente para o que for fundamental. Não é brincadeira”. Aos colegas da medicina, ele deixa um recado: “para quem está trabalhando diretamente com a doença, eu sei que estão cansados. Tentem segurar a onda, é assim, todos se ajudando, espero que passe logo”, conclui.
Fonte: Agência Saúde DF