Segundo profissionais supervisora deixa de cumprir Portaria do TCDF que estabelece normas para divulgações de escalas
Por Kleber Karpov
Um grupo de médicos do Hospital Regional de Ceilândia (HRC) estão reclamando da superintendente da Região de Saúde Oeste (SRSOE), doutora Talita Lemos. Segundo os profissionais, os médicos estão trabalhando às cegas. Isso por não serem informados da escala dos médicos da unidade. Uma médica que pediu o sigilo da identidade, conversou com Política Distrital (25/Jan), e acusa a supervisora da unidade contava com uma médica que fazia as escalas na unidade, porém que houve desmembramento da clínica médica e a atribuição foi repassada a outra pessoa, porém, sobrecarregada.
“A doutora Jordana era responsável pelas escalas da clínica médica e super competente, mas ela foi retirada da chefia da clínica médica pois a superintendente desmembrou a clinica médica. A doutora Jordana foi até perseguida pois a superintendente queria que ela continuasse a fazer as escalas, quando ela já não tinha essa atribuição legal.”.
A denunciante alega que as escalas foram passadas ao gerente de pessoal, porém, o mesmo não consegue atender a demanda. “Embora seja super competente, Dr. Aridan que é gerente de pessoal, mas ele ficou sobrecarregado pois já é responsável pelas escalas de todos o hospital. Então com o desmembramento da clínica médica a superintendente assumiu pessoalmente as escalas. O problema é que ela não tem ou segue critérios e não conseguimos saber previamente quando vamos trabalhar”.
Segundo a médica, o problema fica mais “atenuado” por não conseguirem obter informações da própria superintendente. “Não conseguimos retorno por telefone, Temos um grupo no WhatsApp, onde trocamos informações, pedimos informação das escalas, mas também não temos retorno. Aí ficamos a mercê das vontades da superintendente”.
A médica reclama ainda de pressão por parte da supervisora e aponta descumprimento de Portaria editada pelo Tribunal de Contas do DF (TCDF) que define a questão do aviso das escalas dos servidores da SES-DF.
“Ela é boa para cobrar, fazer exigências, algo bem perseguidor, mas ao contrário da dra. Jornada que era uma líder de verdade, a supervisora não nos dá suporte. Hoje é 25 de janeiro e nós não conseguimos descobrir qual será as nossas escalas em fevereiro. E há uma Portaria do Tribunal de Contas que estabelece os prazos. Ela deveria ter nos informado no máximo no dia 10 desse mês.”, desabafa a médica.
O que diz a Portaria 199
O blog consultou a Portaria 199 de Outubro de 2014, do Tribunal de Contas do DF (TCDF) que regulamenta: horários de funcionamento, elaboração de escalas de serviços e distribuição de carga horária dos servidores que atuam na Saúde do DF.
“Art. 11. Para a elaboração das escalas de serviço, a chefia imediata deverá observar a carga horária semanal dos servidores, visando à adequação da respectiva jornada de trabalho de acordo com a necessidade do serviço.
§ 1º Cabe à chefia imediata a elaboração das escalas de serviço mensais, obedecendo aos critérios estabelecidos nesta Portaria, devendo encaminhar a escala do mês subsequente, impreterivelmente, até o dia 10 (dez) de cada mês ao Núcleo de Controle de Escalas ou Unidade equivalente da Unidade Orgânica, para fins de conferência e arquivamento. § 2º A elaboração das escalas de serviço dos servidores é de responsabilidade solidária dos chefes imediatos e de seus superiores hierárquicos.”.
O que diz a SES-DF
Política Distrital apurou o problema junto a SES-DF. Em nota a superintendência atribui ao “excesso de zelo” o descumprimento às normas vigentes, afirmou que deve entregar as escalas nessa quinta-feira (27/Jan) e prometeu regularizar o problema nos próximos meses e que trabalha para normalizar a distribuição das escalas. A superintendência também refutou a ‘retirada’ da ex-chefe da Clínica Médica.
“A Superintendência da Região de Saúde Oeste (SRSOE) esclarece que o atraso no envio das escalas não é por descumprimento às normas vigentes, mas por excesso de zelo para que tanto servidor quanto usuário sejam contemplados nas suas necessidades. Esses ajustes são trabalhosos e requerem tempo dilatado para elaboração adequada.
A atual gestão tem se empenhado em desconstruir uma escala que meses atrás contemplava mais o servidor do que o usuário. O esforço maior é no sentido de organizar o serviço de clínica médica, tendo como objetivo principal a assistência ao morador de Ceilândia e de seu entorno.
O paciente que necessita de atendimento clínico de emergência tem na UPA dessa região, sua porta de entrada e, se houver necessidade de internação hospitalar ele é encaminhado ao Hospital Regional de Ceilândia (HRC).Nesse sentido, as escalas médicas da Clínica de adulto das duas Unidades,( UPA e HRC) têm que estar alinhadas.
A SRSOE destaca que a médica que respondia pela chefia da clínica médica “não foi retirada”. Ela pediu exoneração por não ter encontrado, por parte de muitos dos colegas médicos, respaldo para essa organização priorizada pela atual gestão.
Numa relação amistosa com a superintendência, a ex chefe da Clínica Médica, a título de contribuição e voluntariamente, colaborou com a elaboração das prévias das escalas de dezembro/2016 e janeiro/2017.
A previsão é de que a escala médica de fevereiro de 2017 seja entregue ao corpo clínico para apreciação ainda hoje, pois foram contempladas as preferências citadas por cada um dos médicos e a racionalização dos serviços em favor do usuário.
A Superintendência trabalha no sentido de que as escalas dos próximos meses se normalizem e sejam entregues nos prazos estabelecidos.”.