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22 nov 2024 02:29


Médicos lançam manifesto em defesa da democracia e em apoio à chapa Lula-Alckmin

Manifesto dos profissionais da área de saúde defende o voto na chapa Lula-Alckmin como necessário "para reconstruir os pilares de nossa democracia"

Médicos e profissionais da área de Saúde do Hospital das Clínicas (HC) e da Universidade de São Paulo (USP) se uniram aos atos em defesa da democracia e do sistema eleitoral brasileiro contra as ameaças golpistas feitas por Jair Bolsonaro (PL) e seus apoiadores. De acordo com a coluna da jornalista Mônica Bergamo, da Folha de S. Paulo, um manifesto com críticas ao governo Bolsonaro e que defende o voto na chapa Lula-Alckmin como necessário “para reconstruir os pilares de nossa democracia” foi lançado na última segunda-feira (8). O documento já reúne mais de 300 assinaturas.

“Nós nos juntamos e falamos: Vamos fazer um manifesto porque, afinal, os médicos já tiveram papel importante em muitos momentos da história do país”, disse a médica e pesquisadora Maria Maeno, uma das idealizadoras do manifesto. “É importante que as pessoas que trabalham na área da saúde se manifestem a favor da democracia como já fizemos na época da redemocratização do país e das Diretas Já. Nós estamos sendo convocados novamente para um momento histórico, em que as nossas liberdades estão ameaçadas”, completou mais à frente.

Um outro trecho do documento observa, ainda, que “o governo de Bolsonaro estimula o armamento da população, ameaça o Poder Judiciário e tenta deslegitimar o sistema eleitoral, ‘mesmo sem nenhuma evidência de vício no processo do voto eletrônico desde sua adoção’”.

Leia a íntegra do manifesto

“Atravessamos um difícil período da história, convivemos com constantes ameaças por parte do atual governo, várias concretizadas. São afrontas à democracia que nos afastam da construção de um país mais igualitário onde todos possam ter vida melhor e digna.

O atual governo tem trabalhado contra os interesses da população em todos os campos e isola o país do resto do mundo tanto na economia como na política.

A área da saúde sofre redução de recursos, que aliada à desestruturação do Ministério da Saúde e à condução desastrosa do presidente, contrária ao conhecimento científico e à opinião dos especialistas, resultou em dezenas de milhares de mortes e sequelas evitáveis.

O desprezo pela cultura, pela pesquisa e a educação são marcas deste governo, como também a fome, a precarização do trabalho e a degradação ambiental, não só, mas sobretudo na Amazônia e no Cerrado.

Como se não bastasse, o governo estimula o armamento da população sob o argumento de autodefesa, gera confronto sem nenhum sentido com o Poder Judiciário, chegando a ameaçá-lo, e trabalha para deslegitimar o processo eleitoral mesmo sem nenhuma evidência de vício no processo do voto eletrônico desde sua adoção.

Trata-se de um momento decisivo para nós e para a humanidade, visto que o Brasil pode exercer um papel importante de mediação e de pacificação numa conjuntura internacional complexa, como já o fez ao longo de sua história recente. Pode também ser um ator importante na luta contra o aquecimento global e na organização de respostas às emergências de saúde pública que são cada vez mais frequentes.

Em outubro decidiremos entre a continuidade desta devastação cívica, econômica e social e a construção conjunta de um outro caminho, de políticas voltadas a eliminar a miséria, diminuir as desigualdades, garantir direitos, desenvolvimento científico e tecnológico que nos capacite a aumentar nossa potência no cenário mundial, de valorização da educação, do meio ambiente, de nossas riquezas naturais, do Sistema Único de Saúde. Não podemos nos omitir nesta disputa, cujo resultado será determinante para nós e nossas famílias, em uma perspectiva intergeracional.

Entre as candidaturas postas, não temos dúvida de que a chapa Lula-Alckmin é a que apresenta viabilidade eleitoral para reconstruir os pilares de nossa democracia e de uma sociedade que se caracterize pela atenção e diminuição das iniquidades sociais e econômicas, da intolerância e da violência”.

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