Pesquisas refletem clamor da população do DF em temas sensíveis como saúde, segurança, educação e habitação
Por Kleber Karpov
Na segunda-feira (17/Set), uma nova pesquisa Ibope, encomendada pela TV Globo traz o cenário das intenções de votos da população, para o governo do Distrito Federal. Com 22% das intenções de voto, Eliana Pedrosa (PROS), se mantém na liderança da corrida ao Palácio do Buriti. Isso, com diferença de oito pontos percentuais em relação ao segundo colocado, Alberto Fraga (DEM), agora com 14%, além de 11% à frente do candidato a reeleição, o governador, Rodrigo Rollemberg (PSB), com os pés fora da disputa para o segundo turno, com 11% das intenções de votos.
Além de Fraga que ganhou dois pontos, em relação a última pesquisa divulgada (12/Set), Rollemberg perdeu um, Rogério Rosso (PSD) se manteve estagnado com 10%. Ibaneis Rocha (MDB), saltou de 7% para 9%, Paulo Chagas (PRP) passou de 3% para 5%, Alexandre Guerra (NOVO) manteve os 3%, enquanto o petista Miragaya caiu de 4% para 3%.
Gastos
A pesquisa chama atenção se confrontada com os gastos declarados pelos candidatos, até a presente data, na corrida ao Buriti. Em especial no caso de Rollemberg, com o maior investimento das campanhas para o GDF, de aproximadamente R$ 3,7 milhões, contra R$ 608 mil de Eliana Pedrosa com maior índice de aprovação e despesas equivalente a apenas 17% do montante declarado pelo atual chefe do Executivo e detentor da máquina pública.
Fraga, embora tecnicamente empatado, também ultrapassa Rollemberg nas intenções de votos com gastos de R$ 1,4 milhões, equivalente a 38% dos valor declarado pelo socialista. Com o crescimento de sete para nove pontos percentuais, Ibaneis Rocha declarou despesas de R$ 1.8 milhões, equivalente a 48%, ou seja, menos da metade que o atual ocupante do Buriti.
Às avessas
Embora sem mesma competência, Rollemberg repete os feitos do ex-governador do DF, Agnelo Queiroz (PT). Ao longo do mandato o socialista supera o antecessor, na alta rejeição, ao se aproximar aos 80%, na percepção de péssima relação com o funcionalismo público, do aumento da insegurança, do caos da saúde pública, do descaso com a educação, e na falta de gestão e de retorno de investimento à população do DF.
Queiroz se indispôs com o funcionalismo público por deixar de dialogar diretamente com o funcionalismo por meio das entidades de classe e por evitar a aprovação das incorporações das gratificações. Sobre esse prisma, Rollemberg além da falta de diálogo, os confrontou, reduziu ou deixou de pagar benefícios previstos em lei, além de dar calote e tentar tornar inconstitucional as 32 leis sancionadas pelo antecessor.
Na saúde, os grandes escândalos vinculados a Queiroz se deram com a falta de médicos pediatras no Hospital Regional do Gama (HRG) e, pacientes atendidos no chão no Hospital Regional da Asa Norte (HRAN). Já Rollemberg, conseguiu tornar caótica os atendimentos médicos em todas as unidades de saúde, criou uma pseudo Atenção Primária reprovada, sem Agentes Comunitários de Saúde (ACSs) questionada e reprovada pela classe médica, política e sindical.
Isso além de ser responsável por aumento do índice de mortes evitáveis, descumprimentos de decisões judicias, além de ter como ‘cases’ dois ‘sucessos’ questionáveis, ao se referir ao Instituto Hospital de Base do DF (IHBDF) e o Hospital da Criança de Brasília José Alencar (HCB) a quem atribuiu ser o construtor do novo HCB, quando na verdade construiu o segundo bloco, ainda sem a funcionalidade efetiva por falta de profissionais de saúde.
Na Habitação, Agnelo teve a sorte de contar com o Minha Casa Minha Vida, programa do Governo Federal. Rollemberg por sua vez, a sorte de entregar as últimas unidades, e se vangloriar por entregar 60 mil escrituras, algumas questionáveis, de residências resultantes de programas de governo ainda da gestão do ex-governador Joaquim Roriz.
Rollemberg se apropriou ainda do Por do Sol como um ‘case da gestão’, porém, o socialista levou quatro anos, para levar infraestrutura, apenas a parte daquela comunidade situada na Região Administrativa (RA) de Ceilândia. O que deixou a sensação de abandono das outras mas de 30 RAs. Isso, sem contar o ódio desnecessário que o socialista comprou para si com as derrubas, diversas arbitrárias, por parte da Agência de Fiscalização de Brasília (AGEFIS).
Na Segurança, Rollemberg se exalta ao mencionar a redução de algumas práticas de crimes, mas foi responsável por inaugurar, negativamente, o expediente comercial às delegacias de polícia em diversas RAs. Ter ficado com o crédito de quem tentou jogar as polícias Militar contra a Civil, dar manutenção e deixar reduzir ainda mais os efetivos das polícias do DF. Isso além de deixar a Polícia Civil do DF (PCDF), sem a paridade salarial dos policiais federais.
Quanto aos acervos culturais, o socialista pouco avançou e deixa o legado de passar por um mandato inteiro, sem recuperar o principal ícone cultural do DF, o Teatro Nacional.
Saldo
Com cerca de 20 dias das eleições, mesmo com investimentos milionários, as pesquisas refletem o pensamento da população do DF, e com isso, Rollemberg pode novamente ser comparado ao Agnelo, caso se confirme nas urnas, de ser execrado da vida pública, ainda em primeiro turno.
Atualização: 18/09/18 às 16h13