Mesmo sem casos, DF se antecipa contra a varíola do macaco

Tratada no Brasil como Monkeypox, este tipo de varíola já está presente em 23 países, com 333 registros



Por Catarina Lima

O Distrito Federal já está preparado para lidar com a possibilidade de aparecimento do vírus Monkeypox na região, doença popularmente conhecida como varíola do macaco. O Centro de Informações Estratégicas de Vigilância em Saúde (Cievs) do DF emitiu um alerta epidemiológico às unidades da atenção primária e hospitalares das redes pública e privada para que fiquem atentas aos possíveis casos suspeitos da doença.

“Tanto os trabalhadores da saúde quanto a população aprenderam muito com a pandemia de covid-19 e, se preciso, vão tomar os cuidados necessários”, afirma a chefe do Cievs, Priscilleyne Reis | Foto: Joel Rodrigues/Agência Brasília

No momento existem quatro episódios da doença em investigação no país, nos estados do Ceará, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Mato Grosso do Sul. Em caso de suspeita, o Laboratório Central de Saúde Pública do DF (Lacen) enviará os exames realizados para análise na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

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A transmissão entre humanos acontece principalmente por meio de contato com pessoas que apresentem secreções respiratórias, pelas lesões da pele de quem está infectado ou por objetos recentemente contaminados.

“O ideal é a gente tentar conter, identificar rapidamente o caso – o que é muito parecido com o que fizemos com a covid – e colocar a pessoa em isolamento. Se o Ministério da Saúde entender que é preciso usar a vacina para conter a doença, ela será usada nos contatos próximos da pessoa infectada”Priscilleyne Reis, chefe do Cievs

O nome Monkeypox tem sido usado pelo Ministério da Saúde para se referir à doença e evitar a estigmatização e possível discriminação contra os macacos que, na verdade, não são os hospedeiros do vírus. A doença foi identificada na década de 1950, na África, em duas colônias de macacos mantidos em cativeiro para pesquisas – daí a origem do nome. Mas os primeiros hospedeiros do vírus são roedores.

Na última sexta-feira (27), durante a reunião quinzenal de monitoramento de eventos em saúde pública, mais de 100 profissionais receberam informações sobre a doença disponibilizadas pelo Ministério da Saúde. “Tanto os trabalhadores da saúde quanto a população aprenderam muito com a pandemia de covid-19 e, se preciso, vão tomar os cuidados necessários”, disse a chefe do Cievs, Priscilleyne Reis.

Ela afirma que, no momento, não há indicação de vacinação em massa referente à Monkeypox. “Seguimos a orientação do Ministério da Saúde. A vacina que está sendo levantada é a vacina da varíola. No momento, não temos indicação pela pasta federal do uso dessa vacina. O ideal é a gente tentar conter, identificar rapidamente o caso – o que é muito parecido com o que fizemos com a covid – e colocar a pessoa em isolamento. Se o Ministério da Saúde entender que é preciso usar a vacina para conter a doença, ela será usada nos contatos próximos da pessoa infectada”, explica.

No momento, a orientação do Cievs é que, em caso de suspeita de contaminação por Monkeypox, a pessoa fique isolada. “Não se deve esperar a confirmação do exame. O isolamento deve ser feito imediatamente”, adverte a gestora. Como a vacina da varíola não faz parte do calendário de imunização, não é disponibilizada regularmente. “Com a doença controlada, não temos mais a distribuição da vacina”, explica. Segundo Priscilleyne, os estudos sobre a eficácia da vacina contra varíola ainda estão no começo, razão pela qual os dados não são conclusivos.

Em 15 de maio deste ano, a Organização Mundial de Saúde (OMS) recebeu a notificação de quatro casos confirmados da doença em pessoas residentes no Reino Unido. De acordo com o Ministério da Saúde, até 30 de maio a Monkeypox estava presente em 23 países, com 333 casos confirmados e sete suspeitos.



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FONTEAgência Brasília
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