Por Ricardo Callado
A degravação das conversas gravadas pela deputada distrital Liliane Roriz, que sustenta a Operação Drácon, ganhou versões diferentes. Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) e Polícia Civil fizeram, cada um, a sua degravação. Ou a sua versão dos fatos.
O que causa estranheza é o conteúdo das duas degravações serem diferentes. E alguns momentos são retirados nomes. Em outros, acrescidas pessoas que teriam envolvimento na investigação.
Um exemplo é a conversa entre a deputada Liliane Roriz e o ex-secretário geral da Câmara Legislativa, Valério Neves. Quem teve acesso as transcrições do diálogo feitas pelo MP e pela Polícia Civil percebeu as diferenças. São inserções de trechos que não foram ditos, mas que podem condenar ou inocentar pessoas. É um caso grave, já que não se pode julgar o que não existe.
Será preciso que o MP e a Civil se entendam e falem a mesma língua. Ou degravem a conversa como ela aconteceu realmente, do contrário uma das duas instituições ficará desmoralizada. E cairá em descrédito, ficando sob suspeição.
Esses ajustes devem ser feito antes que as versões venham a público. Para o bem da justiça e da transparência. Deve se culpar quem cometer as irregularidades, no caso recebimento de propinas na área de saúde. Se o caso for politizado e servir para perseguir pessoas, não se fará justiça, mais sim justiciamento. E essa não é a missão nem do MP nem da Polícia Civil.
Fonte: Blog do Callado