Ministro da Saúde diz que vacina contra dengue é ‘muito cara’



Três doses para 10 milhões de pessoas têm custo estimado em R$ 3 bi, diz.
Marcelo Castro afirma que espera resultados de testes da vacina do Butantã.

Por Gabriel Luiz e Lucas Nanini

O ministro da Saúde, Marcelo Castro, afirmou neste segunda-feira (11) que a vacina contra dengue criada pela empresa francesa Sanofi Pasteur, que teve registro aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em 28 de dezembro, é “muito cara” e que o país ainda estuda se vai adquirir o produto.

Segundo Castro, o Ministério da Saúde espera pelos resultados dos últimos testes da vacina criada pelo Instituto Butantã.

O ministro disse que a vacina da Sanofi precisa de três doses para que o efeito seja válido. Segundo ele, isso dificulta o acompanhamento do processo de imunização.

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“A vacina da Sanofi são três doses. Então a gente encontra uma dificuldade para dar uma vacina, chamar a pessoa para vacinar de novo depois de seis meses, chamar de novo. E tem uma oscilação em relação ao sorotipos de cobertura”, diz Castro.

O ministro afirma que o custo estimado para imunizar uma população de 10 milhões de pessoas pode chegar a R$ 3 bilhões. “Uma dose dessa poderia ficar em torno de 20 euros. Então uma vacina total seria 60 euros. Bota a R$ 5 o euro, para arredondar a conta, seriam R$ 300. Imagine: 1 milhão de pessoas, seriam R$ 300 milhões; 10 milhões de pessoas, seriam: R$ 3 bilhões. E 10 milhões de pessoas não é nada. Nós temos 200 milhões de pessoas para vacinar. Então é uma vacina muito cara, que por enquanto não é essa decisão de adquirir essa vacina.”

A vacina desenvolvida pelo Butantã está na fase final de testes. Se aprovada, ela será enviada para avaliação na Anvisa. “A do Butantã seria uma dose só. Acreditamos que seria um terço do preço, pelo menos. Se nós tivéssemos um público definido, por exemplo, gestantes, aí eu acho que qualquer sacrifício valeria, mas nós não temos esse público definido.”

Luta contra o mosquito
Sobre o combate ao mosquito Aedes aegypti, o ministro mencionou três cidades como aquelas que apresentaram maior sucesso. Em São Carlos (SP), a causa é brigadas mirins têm atuado com sucesso, disse. Natal (RN) tem utilizado as olvitrampas, que são armadilhas com larvicidas.

A terceira cidade bem sucedida no combate ao mosquito é Água Branca (PI), onde os agentes identificam as casas com selos, de acordo com a presença de criadouros do mosquito.

“Os agentes de saúde foram de casa em casa. Onde não tinha criadouro do mosquito, eles botavam um selo verde. Onde tinha cridouro, botavam um selo vermelho. Em outros, um selo amarelo.”

Segundo Castro, em 2015 foram apenas quatro casos de dengue registrados na cidade, que tem 17 mil habitantes. O ministro diz que há indícios de que os pacientes diagnosticados com a doença podem ter adquirido o vírus fora do município, que fica a 100 km da capital do estado, Teresina.

“Aquilo ali ficava exposto. Todo mundo passa e vê a casa, vê o selo verde, selo vermelho, selo amarelo. E todo mundo quer ter um selo verde. Aquilo foi uma mobilização muito grande de toda a sociedade. E aí todo mundo fazia o dever de casa esperando a volta do agente, para quando o agente voltasse lá, ele já estar todo cumprido para botar o selo verde.”

Fonte: G1 DF



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