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24 nov 2024 14:17


Mortalidade é alta em pacientes de covid que têm problemas cardíacos

Pesquisa do Incor mostra taxa de mortalidade de 42% no grupo

Por Bruno Bocchini

Pesquisa do Instituto do Coração (Incor) do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) mostrou alta taxa de mortalidade hospitalar (42%) em pacientes com covid-19 que desenvolveram problemas cardíacos em decorrência dessa doença.

O estudo, publicado no jornal científico online IJC Heart & Vasculature, revelou também que 71% desses pacientes necessitaram de terapia intensiva durante a internação e 54,2% apresentaram lesões no músculo cardíaco.

A pesquisa identificou ainda, como fatores de agravamento do quadro clínico e morte, a insuficiência cardíaca prévia, presente em 12,6% dos participantes da pesquisa, alterações no ecocardiograma (6%), síndromes coronárias agudas (5,7%) e arritmias (4,5%).

O estudo foi conduzido pelo presidente do Conselho Diretor do Incor, Roberto Kalil Filho, e pela pesquisadora Patrícia Guimarães. Intitulada CoronaHeart, a pesquisa foi feita com base na avaliação de 2.546 pessoas com idade média de 64 anos, internadas em 21 unidades hospitalares, de junho a outubro de 2020.

“Primeiro na América do Sul, esse estudo passa agora a compor o conjunto mundial de informações sobre intercorrências cardíacas em pacientes com covid-19, ao lado de pesquisas da Itália, dos Estados Unidos e da Inglaterra. Como cada população tem sua especificidade, é importante que tenhamos esse estudo como um recorte brasileiro”, destacou o médico Roberto Kalil.

Uma das particularidades observadas no Brasil foi o risco aumentado de óbito em pacientes com algum tipo de câncer, devido à fragilidade do sistema imune. Esse dado é similar aos resultados de pesquisas na China, porém, não registrado em estudos do continente europeu.

O estudo mostrou também que, diferentemente dos registros internacionais, no Brasil foi notada uma equalização entre o número de mortes de homens e de mulheres. Nos demais países, verificou-se a prevalência do sexo masculino no registro de óbitos. A publicação pode ser lida, na íntegra, aqui (em inglês).

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