Nesta quinta-feira (15), a Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES) participou, no Eixo Cultural Ibero-americano, da ação de conscientização Saúde Única – Cuidado com os motociclistas: um olhar sobre saúde, trânsito e meio ambiente. O evento foi promovido pelo Departamento de Trânsito do DF (Detran), pelo Departamento de Estradas de Rodagem do DF (DER) e pela Universidade de Brasília (UnB).
Equipes da SES distribuíram questionários entre os motociclistas sobre os riscos e demandas da categoria, além de ter oferecido orientações de saúde, tanto de direção defensiva quanto de alimentação saudável. Segundo o subsecretário de Vigilância à Saúde, Fabiano dos Anjos, o objetivo foi realizar um trabalho educativo.
“Trouxemos educação e conscientização em relação à saúde do trabalhador, orientando a manter uma ergonomia adequada, e sobre a direção defensiva, trazendo essa perspectiva do risco, da prevenção e do que um acidente representa para a saúde em geral”, explicou o gestor.
A motociclista Carla Cristiane Capuzo, 55, aproveitou para participar de palestras e fazer o teste de audiometria, aplicado por estudantes e professores do curso de fonoaudiologia da UnB. “A gente aprende muito neste tipo de evento, tira dúvidas e realiza uma troca de conhecimentos”, relatou. “Se todo motoqueiro, motociclista, entregador participasse, aprenderia muito mais a dar valor à vida”.
“Precisamos das notificações para ter conhecimento do perfil de morbimortalidade da população trabalhadora, no caso dos motofretistas”
Juliana Moura da Silva,
gerente do Centro de Referência
em Saúde do Trabalhador do DF
Entre os tópicos de saúde, foram ressaltados o cuidado com os equipamentos de proteção. “Reforçamos a importância da ergonomia, já que muitos andam com a bag [bolsa comumente utilizada por entregadores], que, se não for bem utilizada, pode causar danos”, detalhou a diretora de Saúde do Trabalhador da SES-DF, Elaine Morelo.
Acidentes
Segundo dados do Centro de Referência em Saúde do Trabalhador do DF (Cerest), em 2023, foram registrados cerca de 300 acidentes envolvendo motociclistas que trabalham com entrega de produtos. Já este ano, até 31 de julho, foram aproximadamente 200 acidentes. As notificações são referentes a vítimas levadas aos hospitais.
Para a gerente do Cerest, Juliana Moura da Silva, o aumento de registros ocorre pela conscientização dos profissionais de saúde ao fazer a notificação. “Precisamos das notificações para ter conhecimento do perfil de morbimortalidade da população trabalhadora, no caso dos motofretistas”, pontuou. “Precisamos desses dados para estudar como diminuir ou eliminar o risco, dentre outras coisas, como por exemplo a exposição ao ruído”.