Movimentos grevistas emperram governabilidade do DF? Ou será Rollemberg?



Na tarde de terça-feira (10/Nov) os servidores da Administração Direta, com exceção dos trabalhadores do Instituto Brasília Ambiental (Ibran), e do Transporte Urbano do DF (DFTrans) decidiram, em assembleia, pelo fim da greve. No entanto, a maior massa do funcionalismo público do DF, permanece de braços cruzados para garantir o atendimento de reivindicações.

Uma saída encontrada pelo GDF foi a criação de Grupos de Trabalhos (GTs), para atender demandas das diversas categorias que deflagraram greves. Um exemplo é a categoria vinculada ao Sindicato dos Auxiliares e Técnicos em Enfermagem do DF (Sindate-DF). Após 30 dias de paralisação a categoria decidiu o fim da greve (5/Nov), após a proposta de o GDF em criar um GT para, entre outras propostas, criar um Projeto de Lei para criar um plano de carreiras específico desses profissionais. Isso sem a incorporação da última parcela da Gratificação de Atividade Técnico-Administrativo (Gata).

Até o momento outras categorias de servidores vinculados a diversos sindicatos ligados à Saúde, a Administração Direta e aos profissionais de Educação deram fim à greve, mediante negociações por meio de criação de Grupos de Trabalho, porém, nenhuma das categorias foi contemplada com o pagamento de incorporações de gratificações.

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“O Sindireta continuará atuando junto aos grupos de trabalho e exigindo o cumprimento de acordos estabelecidos. Caso a atual gestão aja em desacordo com os compromissos assumidos, uma nova assembleia será convocada.”, afirmou o presidente do Sindicato dos Servidores Públicos Civis da Administração Direta, Autarquias, Fundações e Tribunal de Contas do DF (Sindireta), Ibrahim Yusef.

Médicos irredutíveis

Algumas categorias de servidores permanecem irredutíveis em relação ao fim da greve. Esse é o caso dos médicos. De acordo com o presidente do Sindicato dos Médicos do DF (SindMédico), Guttemberg Fialho, a greve permanece por tempo indeterminado, mesmo após ser considerada ilegal pela Justiça. A próxima assembleia está marcado para quinta-feira (12/Nov).

Sem aula, salário e comida

O mesmo caminho segue os professores filiados ao Sindicato dos Professores do DF (Sinpro-DF) que também permanecem em greve e pretendem da pauta de reivindicações. Com assembleia marcada para a manhã desta quarta-feira (11/Nov), cancelada após tumulto em frente ao Palácio do Buriti, a categoria que colocou cerca de 5.000 servidores na Praça do Buriti, permanece mobilizada em frente ao Executivo.

Cerca de 40 professores ocupam ainda a presidência da Câmara Legislativa do DF (CLDF) onde iniciaram uma greve de fome e prometem sair somente após resolvido o impasse das negociações com o GDF. Os profissionais aguardam audiência com o governador, Rodrigo Rollemberg (PSB), prevista para as 19h30.

Outras greves

Além dos médicos e professores, os metroviários, os trabalhadores da Companhia Urbanizadora da Nova Capital do Brasil (Novacap), da Companhia Energética de Brasília (CEB) e do Instituto Brasília Ambiental (Ibran), permanecem em greve.

GDF Engessado

Entre os piquetes e a falta de recursos, o governador do DF, Rodrigo Rollemberg (PSB), tenta administrar a crise com o funcionalismo público, pressionando os distritais na CLDF para que votem Projetos de Lei, de interesse do Executivo. Em paralelo o governador precisa resolver outros problemas advindos da greve, a exemplo da provocação do PSB-DF, que jogou o conflito entre a ação da Polícia Militar do DF e os professores na conta do vice-governador, Renato Santana (PSD), o que foi refutado pelo PSD-DF.

Enquanto isso…

O GDF, que por descumprir Leis que garantem a incorporação de parcelas de incorporações de gratificações de cerca de 100 mil servidores públicos, encontra o movimento paredista – greves – contra a parede por descumprir determinações da Justiça em relação à ilegalidade das greves.

À população do DF fica o ônus: reprogramar férias por causa de possíveis reposições de aulas dos filhos, os excessos de congestionamentos ou enfrentar ônibus lotados por causa da greve dos metroviários, e até mesmo, rever o que deixará de comprar para o natal uma vez que o bolso do funcionalismo público, sem recursos, refletirá no restante da população do DF.



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