MPDFT requisita plano emergencial para crise no atendimento dos CRAS



O Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) requisitou da Secretaria de Desenvolvimento Social (Sedes) documentos relativos ao planejamento da pasta para atendimento da população que procura os serviços de assistência social. O ofício, enviado na segunda-feira, 4 de julho, é assinado pela Procuradoria Distrital dos Direitos do Cidadão (PDDC) e pelas Promotorias Regionais de Defesa dos Direitos Difusos (Proregs).

No ofício, o MPDFT requisita o Plano emergencial para o estado de crise no atendimento dos Centros de Referência de Assistência Social (CRAS); o Plano de reestruturação da Atenção Social Básica; e o Plano de Assistência Social, conforme estabelecido na Lei n. 8.742/1993. Os prazos são de 15 dias para o primeiro documento e 45 para os outros dois.

A requisição leva em conta o fato de que, durante a pandemia, a população pobre do Distrito Federal cresceu de 12,9% para 20,8%. São cerca de 600 mil pessoas que vivem com até R$ 450 mensais. Entre janeiro de 2021 e abril de 2022, aumentou em 51.559 o número de núcleos familiares que vivem em situação de miséria, segundo informações da Sedes.

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Dados da Companhia de Planejamento do Distrito Federal (Codeplan) mostram que 10 das 33 regiões administrativas têm Índice de Vulnerabilidade Social acima de 0,40, o que indica alto percentual de pessoas em situação de vulnerabilidade. Ainda segundo a Codeplan, 206.340 domicílios estão em situação de insegurança alimentar, de acordo com dados apresentados pela Pesquisa Distrital por Amostra de Domicílios (PDAD) publicada em 2022.

A consequência desse quadro é que a demanda pela política de assistência social cresceu 278% entre 2019 e 2021, conforme o relatório “Demandas da Assistência Social”, apresentado pela Comissão Direitos Humanos da Câmara Legislativa do Distrito Federal. Segundo a Sedes, até 3 de junho, 257.789 pessoas em situação de vulnerabilidade social e econômica aguardavam atendimento nos CRAS.

Apesar do aumento na demanda, a Sedes tem déficit de recursos humanos: apenas 37% dos cargos criados estão ocupados, o que contraria a legislação em vigor. Apesar da nomeação de cerca de 800 servidores nos últimos dois anos, 3.465 cargos ainda estão vagos, segundo o Portal da Transparência do Governo do Distrito Federal. Existem 750 aprovados no concurso mas, devido à legislação eleitoral, as nomeações só puderam ser feitas até o último dia 30. O resultado são grandes filas de espera para pessoas idosas, com deficiência, gestantes e mães de crianças pequenas.

No ofício, o MPDFT enfatiza que não há documentos oficiais que comprovem o planejamento da Sedes para atender a atual demanda. Para o procurador distrital dos direitos do cidadão, Eduardo Sabo, a situação é grave e precisa ser resolvida com urgência. “Trata da parcela mais vulnerável da população do Distrito Federal. Esperamos ver respostas que solucionem de forma célere a atual emergência”, afirmou.

Clique aqui para ler o documento.



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FONTEMPDFT
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