MPF solicita informações sobre supostos crimes contra crianças no Marajó (PA) ‘descobertos’ por Damares Alves

Procuradores da República querem detalhes, para tomar providências, e também querem saber se o governo tomou medidas e se denunciou o caso



Por Kleber Karpov

O Ministério Público Federal (MPF) enviou ofício, nesta segunda-feira (10/Set), à secretária executiva do Ministério da Mulher, Família e dos Direitos Humanos (MMFDH), Tatiana Barbosa de Alvarenga, em que solicita informações sobre supostos crimes contra crianças no arquipélago do Marajó (PA). Caso ocorre após a ex-ministra da pasta, Damares Alves, anunciar, no sábado (8/Out), em discurso em Goiânia (GO) descoberta de mutilações de crianças para fins de abuso sexual.

No ofício encaminhado ao MMFDH, membros do MPF no Pará pedem à Secretaria-Executiva a apresentação dos supostos casos descobertos pelo ministério, com indicação de todos os detalhes em poder do ministério, para que sejam tomadas as providências cabíveis.

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O mais importante, o MPF também requereu ao MMFDH que informe quais providências foram tomadas pela gestão de Damares Alves, ao descobrir os casos, e se houve representação ao Ministério Público ou à Polícia.

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Segundo anúncio realizado por Damares Alves, crianças do Marajó são traficadas para o exterior e submetidas a mutilações corporais e a regimes alimentares que facilitam abusos sexuais.

“Fomos a ilha de Marajó. E lá nós descobrimos que nossas crianças estavam sendo traficadas por lá. Marajó faz fronteira com o mundo, Suriname, Guiana. Eu vou contar uma coisa para vocês que agora eu posso falar. Nós temos imagens de crianças nossas, brasileiras, com quatro anos, três anos, que quando cruzam as fronteiras, sequestradas, os seus dentinhos são arrancados, para não morderem na hora do sexo oral.” disse.

A ex-ministra do MMFDH afirmou, ainda, que “explodiu o número de estupros de recém-nascidos” e que no MMFDH há imagens de crianças de oito dias de vida sendo estupradas. Segundo Damares Alves, um vídeo de estupro de crianças é vendido por preços entre R$ 50 e R$ 100 mil.

Manifestações essas, justificadas por Damares Alves, para sugerir haver uma guerra espiritual, contra o candidato a reeleição, à presidência da República, Jair Messias Bolsonaro (PL/RJ),  ‘levantada’ por parte da Imprensa, do Supremo Tribunal Federal e do Congresso.

Prevaricação?

No entanto, as posições solicitadas pelo MPF, chamam atenção pois, se o episódio de fato ocorreu e não houver pedidos de investigação por parte de Damares Alves, ex-ministra do MMFDH, responsável por denunciar e coibir tais práticas, a ex-gestora pode incorrer em prática de crime de prevaricação.


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